Durante a gestação, a recomendação dos médicos é que as futuras mamães evitem procedimentos químicos, especialmente o contato (ou inalação) de formol e amônia, pois podem ser prejudiciais para o sistema neurológico do bebê. Mas e durante a lactação? A mãe precisa ter os mesmos cuidados?
A tinturista Rosângela Araújo conta que usa descolorante sem amônia em todas as suas clientes e tem a preocupação de aplica-lo a um centímetro da raiz, para que a substância não entre em contato com o couro cabeludo da mulher.
“Demora um pouco mais do que o descolorante convencional, mas agride menos os fios”, comenta a profissional.
Luzes na gravidez
O ginecologista da Criogênesis Renato de Oliveira, porém não recomenda o uso nem mesmo do descolorante sem amônia durante a gravidez e a lactação, já que ele pode ter outras substâncias tão prejudiciais quanto o composto químico, como o acetato de chumbo.
O acetato pode causar metahemoglobinemia, redução da hemoglobina no organismo, que precisa ser tratada com oxigênio e azul de metileno e, por isso, danificar o sistema neurológico do bebê.
Descolorante na gravidez faz mal?
“O descolorante tem a função de quebrar a queratina, ou seja, ele quebra uma proteína do cabelo, é agressivo, nada garante que ele não pode afetar o bebê”.
O ginecologista Renato diz que nada garante porque não existem estudos em relação aos efeitos causados na gestante, já que esse tipo de pesquisa em gestantes viola questões éticas. Por prevenção, ele não recomenda a utilização. “Não existe evidências, estudos que garantam que não há risco para o bebê”, ressalta o profissional.
O ginecologista também explica que a capilaridade deve ser levada em consideração, ou seja, o cabelo absorve substâncias e elas podem acabar indo para a corrente sanguínea.
Cabelo na gravidez
Se a mulher não conseguir ficar sem descolorir o cabelo, o ginecologista orienta que ela aguarde passar pelo menos os três primeiros meses de gestação, já que neles são formados os órgãos do bebê.
“A gestação é um período muito rápido e único na vida. O melhor é não usar nada na gestação e, pelo menos, nos primeiros seis meses de vida do bebê, que é o período exclusivo de aleitamento”, indica o médico.
