A medida tomada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) no início de novembro, autorizando a cirurgia bariátrica para pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) entre 30 e 35, oferece uma alternativa eficaz para o controle da diabete e hipertensão. Conforme o médico, mestre em Gastroenterologia e coordenador do Exame AMRIGS, Antonio Carlos Weston, a taxa de sucesso chega a 70%.
– Este índice de melhora é superior quando comparado a pacientes submetidos somente a tratamentos clínicos. Anteriormente, a cirurgia só era feita com IMC acima de 40 e quando houvesse alguma doença ligada à obesidade, como diabete e hipertensão. O que se via após o procedimento é que, com a perda de peso, estas patologias melhoravam muito e alguns até deixavam de tomar insulina, por exemplo. Portanto, a mudança traz benefícios para outras pessoas que antes não correspondiam aos critérios e auxiliará no controle destas doenças crônicas – explica Weston.
No entanto, o médico ressalva que a cirurgia por si só não é capaz de controlar todo o quadro da diabete e da obesidade. É necessário ter acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, composta por nutricionista, fisioterapeuta, clínico, endócrino e demais profissionais que acompanham estes quadros.
– É preciso compreender que a diabete não tem cura. Porém, fica mais fácil controlá-la após o procedimento cirúrgico e, ainda assim, é preciso continuar a dieta e realizar exames – complementa Weston.
O assunto, inclusive, já foi abordado em um artigo científico, publicado na renomada Revista Obesity, da área de cirurgia bariátrica, com dados de uma pesquisa realizada com pacientes da Santa Casa de Porto Alegre. Além disso, a AMRIGS possui um grupo, coordenado por Weston e pela endocrinologista Helena Schimit, que se reúne a cada três meses para discutir questões relacionadas a doenças metabólicas e procedimentos cirúrgicos.