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Planilha aponta pagamento de caixa 2 a 27 políticos do Rio Grande do Sul

Para reforçar as informações fornecidas por seus delatores à Procuradoria-Geral da República (PGR), a construtora Odebrecht entregou aos investigadores planilha com o registro de R$ 245,9 milhões de repasses via caixa 2 para candidatos de diferentes partidos, em eleições entre 2008 e 2014. O material traz nomes, apelidos, cargos disputados e os respectivos valores doados de forma ilegal.

Chamada nos bastidores da Operação Lava Jato de “tabelão”, a lista apresenta parte dos beneficiados com recursos irregulares. A relação tem 27 políticos gaúchos e um diretório estadual de partido entre os destinatários do dinheiro da construtora. Ao todo, teriam recebido R$ 9,6 milhões nas campanhas de 2010 e 2014. Também é mencionado, em 2014, um gaúcho como intermediário da entrega de R$ 4 milhões a um colega do Rio de Janeiro.

Dos 27 políticos do Rio Grande do Sul, nove estão entre os alvos dos inquéritos abertos pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ou das petições encaminhadas a instâncias inferiores da Justiça. Zero Hora optou por não divulgar os nomes, pois parte dos citados não é investigada até o momento.

Anexado a um dos inquéritos da lista de Fachin, o tabelão cita 179 políticos de 17 Estados, que concorreram em eleições municipais, estaduais e federal. O material entregue pelos delatores foi retirado do Drousys, sistema que a Odebrecht utilizava para controlar as propinas.

“Os documentos são cópias fiéis, saíram do Drousys, sistema pelo qual a Odebrecht usava para fazer pagamentos de recursos ilícitos, então, são cópias fiéis”, explicou aos investigadores Benedicto Júnior, ex-diretor da Odebrecht Infraestrutura.

Responsável pelo departamento de propina da construtora, o ex-dirigente afirmou que seis dos seus subordinados, todos delatores, levavam à empresa os políticos e os pedidos de doações. Eles escolhiam os apelidos, que poderiam ser vinculados a mais de uma pessoa.

“Os seis diretores superintendentes que tinham essa responsabilidade de identificar onde as doações deveriam ser feitas”, disse Benecdito.

A planilha também traz o “propósito” do caixa 2: “Disposição para apresentar emendas”, “defensor de concessões e privatizações”, “político influente em seu partido”, “pedido de apoio à sua base de aliados” e “doação a pedido do candidato” estão entre os motivos apontados.

Embora a planilha seja o registro “fiel” dos pagamentos de caixa 2, segundo Benedicto, nem todos os nomes registrados constam em inquéritos ou petições da lista de Fachin. A PGR enviou pedidos de procedimentos ao STF apenas dos casos considerados mais consistentes, corroborados por outros relatos e provas. Advogados e procuradores consultados por Zero Hora avaliam que, conforme o avanço das investigações, outros nomes presentes na relação poderão figurar entre os alvos da Lava-Jato.

“A lista de políticos investigados tende a crescer com o tempo”, afirma um especialista.

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