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Romaria da Terra destaca transformações sociais dos agricultores organizados

Milhares de pessoas, segundo uma estimativa mais de 12 mil, participaram da 40ª Romaria da Terra na antiga Fazenda Annoni em Pontão, Arquidiocese de Passo Fundo, nesta terça-feira de Carnaval, com o tema “Romaria da Terra: 40 anos de luta e memória das conquistas” e o lema “Terra de Deus, terra de irmãos”.

O evento iniciou com a acolhida aos romeiros pelo Arcebispo de Passo Fundo, Dom Rodolfo Webber, e equipe organizadora no Instituto Educar, uma escola de ensino médio, técnico e superior, construída há 12 anos pelas famílias assentadas na Annoni. De lá, seguiram em procissão até a sede da comunidade Nossa Senhora Aparecida, tendo à frente a cruz de todas as romarias com mais de três metros com diversas escoras simbolizando a solidariedade de Igrejas e organizações populares aos agricultores seja no acampamento na Fazenda Annoni em 1985 seja em outras iniciativas suas em favor da agricultura sustentável em terra para todos. Nela havia também fitas vermelhas e brancas lembrando pessoas que deram a vida na defesa e cuidado da terra, especialmente nos dois acampamentos naquela região, entre elas crianças, por falta de assistência médica. Foram levadas também 40 tochas, lembrando os 40 anos do processo popular pela Reforma Agrária e políticas agrícolas. Foi levando ainda um sino, muito usado no acampamento para indicar a hora das diversas atividades, como reuniões, momentos de oração e recolhimento noturno. Em momentos de parada, foram ressaltados avanços dos agricultores, entre eles o fortalecimento do trabalho coletivo através das cooperativas e agroindústrias, a educação por meio da construção de escolas e de método diferenciado de ensino e o papel fundamental das mulheres no processo dos assentamentos.

No final da caminhada, houve missa, presidida por Rodolfo e concelebrada por nove bispos, um administrador diocesano e grande número de padres de todas as dioceses do Estado. Concelebraram os bispos Dom Gílio Felício (Bagé), Dom Jaime Kohl (Osório), Dom José Mário Stroher (emérito de Rio Grande), Dom Jaime Spengler (Arcebispo de Porto Alegre e Presidente do Regional Sul 3 da CNBB), Dom Adilson Busin (Auxiliar de Porto Alegre), Dom Adelar Baruffi (de Cruz Alta), Dom Alessandro Ruffinoni (de Caxias do Sul), Dom José Gislon (de Erexim), Dom Liro Meurer (de Santo Ângelo), Pe. Flávio Soares (administrador diocesano de Uruguaiana).

Na homilia, Dom Rodolfo, partindo do evangelho da multiplicação dos pães, quando Jesus ordenou aos discípulos que fizessem o povo sentar e distribuir-lhe o pão e o peixe multiplicados, ressaltou a necessidade de que os agentes de pastoral e as lideranças também hoje ajudem as pessoas a se organizar na produção e na partilha do alimento. Este processo, segundo o Arcebispo, exige mudança de mentalidade, uma postura nova a ser assumida por todos, que é lenta e difícil. A propósito, citou ditado rabínico segundo o qual foi mais fácil o povo sair do Egito do que o Egito sair do povo. Ou seja, a mudança geográfica é mais fácil do que a de mentalidade. Essa precisa ser continuamente avaliada e retomada.

À tarde, houve tribuna popular com diversas manifestações e por fim um momento celebrativo de envio dos romeiros de retorno às suas comunidades.

No local da Romaria houve uma feira da agricultora ecológica e da Reforma Agrária na região com muitos produtos dos agricultores.

Precedendo a Romaria da Terra, houve o 12º Acampamento da Juventude, com momentos de reflexão, troca de experiências e celebrações, especialmente a dos mártires.

A Diocese de Erexim participou tanto do Acampamento da Juventude quanto da Romaria da Terra. (Com informações e fotos do Pe. Anderson Faenello e sites)

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