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40. Voz da Diocese – 06.10.24


Família, lugar de missão!

Minha saudação a todos os irmãos e irmãs que acompanham a Voz da Diocese. Outubro é o mês das Missões. Lembramos e rezamos por todos os missionários. O Papa Francisco convocou a Igreja para se pensar e se organizar “em saída missionária” (EG 20). A Conferência do Episcopado Latino-Americano de Aparecida (2007) desafiou a Igreja a ser discípula missionária. Estamos em tempo de missão, de colocar todas as nossas forças, as nossas comunidades, a nossa fala, a nossa liturgia, a formação em vista da missão. Somos desafiados a sermos discípulos missionários do Reino de Deus. Por sermos batizados, somos inseridos em Cristo e, como crismados, somos enviados como missionários de seu Reino.

Prezados irmãos e irmãs. No dia 1º de outubro, a Igreja fez memória de Santa Terezinha do Menino Jesus. Chamada por Deus para a vocação contemplativa, Teresa entrou no Carmelo de Lisieux aos 15 anos. Abriu-se ao ideal missionário, oferecendo a Deus sua caminhada diária feita na fidelidade, no silêncio e alegre doação nas intenções dos pregadores do Evangelho. Por isso, com São Francisco Xavier, Santa Teresinha é Patrona das Missões. Invoquemos sua intercessão por todos os missionários e missionárias, especialmente na missão “ad gentes”, ou seja, aqueles que estão em outros países.

A Liturgia da Palavra deste domingo nos faz refletir sobre o matrimônio e a família. O livro do Gênesis diz que o homem e a mulher são constituídos da mesma natureza: ela é “osso dos meus ossos e carne da minha carne” (Gn 2,23). Ambos são fundamentalmente iguais em dignidade e, por isso, são elevados à “imagem e semelhança” de Deus. Questionado pelos fariseus em relação ao divórcio, Jesus respondeu dizendo que “desde o começo da criação, Deus os fez homem e mulher… O homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe” (Mc 10,7-9).

Para Jesus, Deus criou o homem e a mulher para viverem uma comunhão profunda de vida. Os dois são chamados a compartilhar o seu amor, sua intimidade e sua vida inteira, com igual dignidade e em comunhão total. Diante das crises, Jesus pede que ambos renunciem à “dureza de coração”.

O Papa Francisco lembra que “o matrimônio é, em primeiro lugar, uma íntima comunidade de vida e do amor conjugal, que constitui um bem para os próprios esposos” (AL 80). O filho “é o fruto do ato específico do amor conjugal de seus pais” (AL 81). São João Paulo II dizia que os filhos são “o dom mais precioso do matrimônio”. Se a vida é o maior dom que recebemos, o melhor que os pais têm são os filhos. Por isso, sendo o lugar onde a vida é gerada e cuidada, a família torna-se “o santuário da vida”. Desta forma, a missão da família “é proteger a vida em todas as suas fases, incluindo o seu fim” (AL 83). Por isso, uma vez que transmitiram a vida aos filhos, os pais são também os primeiros responsáveis e seus principais educadores (FC 36).

Caríssimos irmãos e irmãs. No contexto em que vivemos hoje, são muitas as crises que podem atingir o matrimônio e a família. O Papa Francisco recorda que na família há dificuldades, mas elas são superadas com amor. O ódio não supera nenhuma dificuldade. A divisão dos corações não supera nenhuma dificuldade. Só o amor é capaz de superar a dificuldade. Sim, só o amor é capaz de vencer todos os limites humanos e no amor somos chamados a promover e defender a vida, desde a sua concepção até o seu fim natural.

São Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios diz: “O amor é paciente, o amor é prestativo; não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais passará” (1Cor 13,4-8). Por isso, caros irmãos e irmãs, no amor somos chamados a viver em família e a superar todas as dificuldades e crises que nela se encontrem.

Supliquemos neste mês missionário que, por intercessão da Família de Nazaré, Deus abençoe nossos lares, transformando-os em sacrários vivos de amor, ambiente de urgente missão, onde os primeiros missionários sejam os próprios pais.

Em sintonia com a Romaria Diocesana de Nossa Senhora de Fátima, aprendamos com Maria a viver, em nossas famílias, a oração, o silencio e a profunda comunhão com Deus.

Deus abençoe a todos e bom domingo.

Dom Adimir Antonio Mazali – Bispo Diocesano de Erexim – RS

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