Jesus Cristo, Senhor e Rei do Universo!
Minha saudação a todos os irmãos e irmãs que acompanham a Voz da Diocese. Neste Domingo celebramos a Solenidade de Cristo, Rei do Universo. Com esta solenidade encerra-se o Ano Litúrgico, cujos tempos são diferentes dos tempos do ano civil. Celebrar Jesus Cristo, Rei do Universo, significa celebrar a vitória de Cristo sobre a morte.
Prezados irmãos e irmãs. Assim diz o Apóstolo Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios: “Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram. Visto que a morte veio por um homem, também por um homem vem a ressurreição dos mortos” (1Cor 15,20-21). Celebrar Cristo Rei significa, portanto, celebrar a vitória do projeto do Reino de Deus, anunciado por Jesus; é reconhecer e acolher Jesus como “o Bom Pastor” (cf. Jo 10,11), como o “Caminho, a Verdade e a Vida” (cf. Jo 14,6), como a “Luz do mundo” (cf. Jo 8,12), como a “Ressurreição e a Vida” (cf. Jo 11,25).
Jesus é o Rei do Universo, porque Ele “não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (cf. Mc 10,45). Jesus é o Rei do Universo, porque Ele deu a sua vida na Cruz pela vida e salvação de todos. Ele é o Rei do Universo, porque como diz o livro dos Atos dos Apóstolos, Ele “andou por toda a parte fazendo o bem” (cf. At 10,38). E, assim, conforme o Evangelho de Marcos, Jesus “fez bem todas as coisas” (cf. Mc 7,37). A Carta aos Hebreus também diz que Jesus é “a fonte de salvação eterna para todos aqueles que lhe obedecem” (cf. Hb 5,9).
Caros irmãos e irmãs. Jesus é o Rei do Universo, porque em seu ministério esteve voltado para os últimos da sociedade, atualizando e cumprindo plenamente a palavra profética de Ezequiel, apresentada na primeira leitura deste domingo, a qual relata: “Eu mesmo vou procurar minhas ovelhas e tomar conta delas, como o pastor toma conta do rebanho. Vou resgatá-las de todos os lugares em que foram dispersas. Eu mesmo vou apascentar minhas ovelhas e fazê-las repousar. Vou procurar a ovelha perdida, reconduzir a extraviada, enfaixar a da perna quebrada, fortalecer a doente e vigiar aquela que está bem. Vou apascentá-las conforme o direito” (cf. Ez 34,11-12.15-16).
Nesta perspectiva, o Evangelho, deste domingo, apresenta a parábola do “juízo final”. Jesus, por sua prática libertadora e salvadora, é chamado “Filho do Homem” e é apresentado como juiz de toda a humanidade, ao constatar: “Todos os povos da terra serão reunidos diante dele e ele separará uns dos outros” (cf. Mt 25,32). O critério de julgamento é a prática da justiça, é a vivência da justiça nas relações entre as pessoas, os grupos sociais e entre as nações. O critério fundamental é nossa ação concreta de serviço fiel e amor operoso, conforme o Evangelho: “Eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar” (cf. Mt 25,35-36). E ainda: “Todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes (…) Todas as vezes que não o fizestes isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizestes” (cf. Mt 25, 40.45). A relação de caridade e solidariedade com os pobres e sofredores, é o critério fundamental para ser partícipe do Reino de Deus.
Caríssimos irmãos e irmãs. Jesus revela, portanto, que o critério de ação de Deus é a prática da justiça, da solidariedade e da misericórdia para com todos os nossos irmãos e irmãs. O Senhor Jesus Cristo é o Rei do Universo, pois não exigiu nada para Si. Ele tudo fez para o bem da coletividade, dos pequenos e pobres. E nós, diante da realidade final de nossa vida, querendo ouvir as palavras de Jesus que diz: “Vinde, benditos de meu Pai” (cf. Mt 25,34), temos ainda um longo caminho a percorrer.
Que o Senhor nos conceda a força de sermos fiéis à proposta de seu Reino, para alcançarmos a graça de participar plenamente de sua glória.
Deus abençoe a todos e bom domingo!
Dom Adimir Antonio Mazali – Bispo Diocesano de Erexim – RS