O milho segue em desenvolvimento em todo o Estado do RS, com a maior parte das lavouras (40%) na fase de enchimento de grãos. Nas regiões de Santa Rosa e Frederico Westphalen, respectivamente, 3% e 2% das áreas já foram colhidas. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar, em convênio com a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), a implantação da cultura do milho no RS chegou a 94% da área de 777.442 hectares da intenção de plantio no Estado. Atualmente, 30% das lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 19% em floração, 40% em enchimento de grãos e 11% em maturação. Já as áreas que estão sendo implantadas se localizam nas regiões de Bagé e Pelotas.
No geral, as lavouras de milho apresentam bom desenvolvimento, boa aparência e baixo índice de ataque de pragas e de incidência de doenças. Na região de Caxias do Sul, o acentuado déficit hídrico ocorrido na primeira quinzena de dezembro afetou o rendimento das lavouras em fase de floração. Na de Frederico Westphalen, a cultura segue com bom aspecto, apesar de algumas áreas apresentarem sintomas de estresse hídrico. Na Regional da Emater/RS-Ascar de Ijuí, 98% da área prevista para a safra está semeada e a cultura tem apresentado variação no potencial produtivo em virtude da variabilidade do volume de chuvas que ocorreram na região. As áreas cultivadas com irrigação e aquelas em que houve chuvas com excelente volume de precipitação têm colaborado para minimizar os impactos da redução da produtividade na região.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Soledade, estão semeados 83% da área de milho, sendo que 30% destas lavouras encontram-se em desenvolvimento vegetativo, 10% em floração e 60% em enchimento de grãos. Em geral, em áreas onde as chuvas têm sido irregulares e com baixos volumes, já se contabilizam perdas de produtividade, principalmente em lavouras nas quais a fase atual é de enchimento de grãos. As perdas mais expressivas ocorrem nos municípios de Rio Pardo, Pantano Grande e Encruzilhada do Sul, onde não ocorreram chuvas ao longo das últimas semanas.
Soja – O plantio da soja no RS alcançou 97% da área prevista para a safra de 5.978.967 hectares. Das lavouras com a cultura, 91% estão na fase de desenvolvimento vegetativo e 9% em floração. Na Regional da Emater/RS-Ascar de Ijuí, as áreas de lavouras situadas ao Norte, que correspondem a um terço da área cultivada na região, mantêm-se com bom desenvolvimento em decorrência das precipitações favoráveis à cultura. Nas demais áreas da Regional, formada pelos Coredes Noroeste Colonial e Alto Jacuí, as lavouras enfrentam menor aporte de chuvas, situação que tem comprometido o bom desenvolvimento da cultura.
Arroz – A cultura no RS está implantada em 99% da área de 944.549 hectares. O tempo favorável em todas as regiões permitiu avanço nos plantios previstos para a safra, além de favorecer o desenvolvimento da cultura. Das lavouras implantadas, 93% estão na fase de desenvolvimento vegetativo e 7% já em floração. Na Regional de Bagé, as lavouras estão 100% em germinação e desenvolvimento vegetativo. Os produtores seguem realizando tratos culturais para controle de ervas daninhas, adubação de cobertura e manejo da irrigação. Em geral, as lavouras se apresentam com bom aspecto.
Feijão 1ª safra – A implantação da cultura no RS alcançou 95% da área prevista. Atualmente, 26% das lavouras estão desenvolvimento vegetativo, 18% em floração, 23% em enchimento de grãos, 20% delas em maturação e 13% já foram colhidas. Na regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, 30% das lavouras estão na fase de enchimento de grãos, 20% em maturação e 50% já foram colhidas. No geral, a cultura apresenta bom estande e os produtores vêm realizando adubação de cobertura. Na região de Santa Rosa, as lavouras já colhidas apresentaram excelente qualidade de grão e produtividade média de 1.200 quilos por hectare.
Frutícolas
Ameixa – Na região da Serra, as variedades do cedo já se encontram colhidas. Está em andamento a colheita da Fortune, segunda variedade em área cultivada e volume produzido. Os frutos estão com calibre razoável e boa coloração. A cultura apresenta escassa produção na presente safra, consequência das condições climáticas ocorridas de setembro a novembro, período com muitos dias chuvosos e falta de radiação solar, o que afetou o florescimento, a fecundação e o pegamento das frutas. O preço médio recebido pelo produto na propriedade é de R$ 3,50/kg.
Pêssego – Em Paim Filho, na região Nordeste do Estado, os produtores continuam com os trabalhos de colheita e comercialização das frutas. As variedades precoces encaminham-se para o final da colheita, prevista para se encerrar na primeira quinzena de janeiro próximo. Para as variedades tardias, a previsão é de que a colheita inicie depois da primeira quinzena de janeiro. Os produtores seguem realizando monitoramentos de pragas e doenças e aplicações de iscas para mosca-das-frutas, tendo em vista a maturação das frutas e a realização da colheita.
Viticultura – Seguem em fase de maturação as variedades precoces da Niágara em alguns municípios da Regional da Emater/RS-Ascar de Passo Fundo. A colheita está se iniciando em pequenas quantidades e deverá aumentar de forma gradativa a partir da próxima semana. Os produtores realizam monitoramento de pragas e doenças, bem como tratamentos fitossanitários e tratos culturais.
Pastagens e criações
O clima tem sido favorável para todas as espécies forrageiras, marcado pela alta disponibilidade de radiação solar, por temperaturas elevadas e pela redução da umidade no solo, com alta taxa de produção de forragem com excelente qualidade. No entanto, em algumas regiões, produtores relatam que a redução dos níveis de umidade no solo está afetando as pastagens com trevos e cornichão, paralisando inclusive o crescimento do campo nativo em alguns locais. Produtores aguardam as chuvas para retomar os trabalhos de implantação de pastagens de verão (capim sudão, milheto e sorgo forrageiro).
Bovinocultura de leite – As forrageiras perenes e anuais de verão (aries, jiggs, tífton, milheto, capim sudão) estão em pleno desenvolvimento e ofertam boa qualidade de forragem nas áreas manejadas adequadamente. A diminuição das chuvas em dezembro reduziu o crescimento das pastagens; no entanto, ainda não afeta a disponibilidade de forragem para os animais.
As lavouras de milho silagem semeadas em final de agosto e início de setembro estão sendo colhidas. Muitas destas ainda não estariam no ponto de colheita, mas devido ao calor precisam ser colhidas para não queimarem ao sol. De modo geral, essas lavouras do cedo ficaram com porte baixo, devido ao estresse hídrico sofrido no início do ciclo, e aos dias de baixas temperaturas durante o desenvolvimento vegetativo. As lavouras semeadas em outubro e novembro estão em desenvolvimento vegetativo e início de florescimento, muito dependentes de ocorrência de chuvas. O período é de nascimento de terneiros.