Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, mais de 30 milhões de brasileiros sofrem com hipertensão arterial sistêmica, a qual pode contribuir com o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Informação que, somada às pesquisas realizadas pela Sociedade Brasileira de Hipertensão, reforça o alerta: o Brasil está em sexto lugar entre os países com a mais alta taxa de morte por doenças cardíacas, sendo que 30% da população adulta e 50% dos idosos apresentam pressão alta.
O consumo excessivo de sal é um dos responsáveis pela ocorrência dessa doença. Não é à toa que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que seu consumo diário seja de apenas 5g, o que representa 2000mg de sódio. “O sal presente naturalmente nos alimentos representa 2g dessa recomendação, o resto é proveniente do sal adicionado à comida durante ou após o preparo”, esclarece a nutricionista Márcia Gowdak, diretora do Departamento de Nutrição da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH).
Entretanto, a hipertensão pode ocorrer por diversos motivos, entre eles hereditariedade, idade, peso, falta de exercício, estresse e tabagismo. “Normalmente, o sangue é bombeado pelo coração para irrigar os órgãos e manter o corpo funcionando perfeitamente. Na pressão alta, esse processo é dificultado pois ocorre estreitamento dos nossos vasos sanguíneos, fazendo com que a pressão interna (dos vasos) aumente e que o coração realize uma força maior para o sangue chegar ao corpo todo, já que as artérias oferecem certa resistência”, explica a nutricionista. Na maioria das vezes, a hipertensão arterial não apresenta sintomas. No entanto, em casos mais graves ou prolongados, pode causar dores de cabeça, vomito, falta de ar ou visão borrada.
Como prevenção ou parte do tratamento, a Sociedade Brasileira de Hipertensão recomenda evitar adicionar sal à comida e não consumir alimentos com alto teor de gordura saturada e colesterol. Prefira ingredientes integrais e óleos vegetais que apresentem gorduras insaturadas. É importante, também, manter um peso adequado, praticar atividades físicas e não fumar.
“Alimentos preparados com temperos em pó ou caldos não necessitam da adição de mais sal após o preparo. Também é desnecessário deixar o saleiro na mesa, desta forma é possível prevenir o acréscimo de mais sal à comida. Outro ponto importante é priorizar preparações cozidas ou assadas, em detrimento às frituras, devido à presença de maior quantidade de gordura”, conclui Gowdak.
Diante do atual cenário de aumento do número de pessoas com algum tipo de doença crônica, como hipertensão e doenças cardiovasculares, as indústrias já produzem linhas de produtos com teor reduzido de sódio para auxiliar a adoção de uma alimentação mais balanceada. Caldos em cubo, por exemplo, podem ser encontrados com até 25% menos de sódio.
Dicas para manter uma alimentação equilibrada:
– Não adicione sal às preparações prontas;
– Retire o saleiro da mesa;
– Priorize carnes magras como frango, peixe e carne vermelha sem gordura aparente;
– Opte por fontes de gorduras boas, como castanhas, cremes e óleos vegetais;
– Consuma diariamente frutas, verduras, legumes e leguminosas.