21.5 C
Aratiba
sexta-feira, 29/março
Player de Áudio Responsivo
InícioAlto UruguaiAssassinatos descobertos nos últimos dias mudam índice de segurança em Erechim

Assassinatos descobertos nos últimos dias mudam índice de segurança em Erechim

Dados da polícia revelam média histórica de 20 homicídios por ano no município

O governo gaúcho celebrou nesta segunda-feira, 12, a redução da criminalidade no Rio Grande do Sul. O comparativo é dos meses de janeiro e fevereiro. Os assassinatos, por exemplo, reduziram em 34,5% neste 2018. Em Erechim essa realidade também parecia se confirmar. Mas, os acontecimentos da última semana se tornaram um alerta. Em seis dias, três mortes violentas. Índice 33% maior que nos três primeiros meses de 2017 e estamos ainda no início de mês.

Três assassinatos

O primeiro caso se confirmou no dia 07, quando o corpo do jovem Allan Maciel, de 15 anos, foi encontrado num matagal nas proximidades da APAE. O jovem, morador do bairro Presidente Vargas, havia desaparecido em 1º de março. O cadáver estava em avançado estado de decomposição, tinha marca de tiro e ainda a parte posterior do crânio esfacelada.

A investigação do caso está a cargo da Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas de Erechim, (Defrec), sob a coordenação do delegado Gustavo Vilasboas Ceccon. O titular destaca que as investigações revelam que o adolescente foi levado ainda com vida para o local onde seu corpo foi encontrado. “Já ouvimos testemunhas e temos informações precisas de como o crime ocorreu. Ainda precisamos juntar alguns fatos para confirmar a motivação e posteriormente apontar a autoria”, declara Ceccon.

Na madrugada desta segunda-feira, mais uma morte. O ex-vereador de Entre Rios do Sul, Adriano Ribeiro dos Santos, conhecido como Adriano Beiço, 36 anos, foi morto a tiros no Bairro São Cristóvão, em Erechim. O crime ocorreu por volta das três horas da madrugada, quando vizinhos ouviram diversos disparos de arma de fogo. No local a Brigada Militar encontrou o corpo de Adriano já sem vida, caído na via com marcas de diversos disparos de arma de fogo, próximo de seu automóvel, um Audi A4. Conforme o Delegado Gustavo Ceccon a vítima era conhecida no mundo do crime. Já cumpriu pena por ter sido condenado por sequestro, cárcere privado, extorsão e formação de quadrilha, e era acusado por arrombamento de caixas eletrônicos. Atualmente ele seria proprietário de uma casa noturna, localizada na Rua Sidney Guerra, em Erechim. “Neste caso estamos com a investigação bem adiantada. Em breve o crime será elucidado”, garante.

O terceiro homicídio foi descoberto nesta segunda-feira, 12, quando um corpo foi encontrado num terreno próximo ao Patronato São José. O corpo estava carbonizado e em avançado estado de decomposição. Ainda não foi possível identificar a vítima, nem as causas da morte. A polícia solicitou exame de DNA para fazer a identificação. “Acreditamos que o homem tenha sido morto em outro local, enrolado em um plástico e levado até a área de mata, onde foi jogado e carbonizado. Ainda de acordo com indícios, provavelmente a morte tenha ocorrido há cerca de uma semana. Existe uma suspeita de que a vítima possa ser Luiz Felipe Machado, de 21 anos, morador do bairro Cristo Rei que está desaparecido desde o último dia 05 de março. Mas somente o exame de DNA nos dará essa certeza”, declara Ceccon.

20 homicídios ao ano

Em 2016, nos três primeiros meses do ano foram registrados em Erechim 6 assassinatos. Em 2017, foram quatro em igual período e neste ano já são três e estamos ainda na segunda semana de março. Para a Brigada Militar o trabalho conjunto entre os órgãos de segurança pública teria evitado homicídios nos dois primeiros meses.

A média histórica de homicídios em Erechim segundo o delegado Gustavo Ceccon é de 20 casos ao ano. A maioria envolvendo jovens. “O homicídio é um crime diferenciado. Temos aqui em média 20 casos por ano. Pelas diferentes motivações é bem difícil reduzir esses números. O principal fator é essa cultura de impunidade que nós temos e é isso que nós a polícia, como o Ministério Público e o judiciário estamos tentando mudar. Nós vemos que muitas pessoas estão sendo presas e condenadas em razão desses crimes. Se isso continuar eu acredito que essa cultura de se fazer a justiça com as próprias mãos vai acabar e esses crimes possam ser reduzidos”, enfatiza o delegado.

QUEM VIU ESTA NOTÍCIA, TAMBÉM LEU:
- Publicidade -

ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES

Recent Comments