Ao contrário dos últimos anos, nesta safra a expectativa de produção de trigo no Rio Grande do Sul é muito boa. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (15), as condições das lavouras continuam com bom aspecto geral, 43% delas estão em fase de floração e as em enchimento (formação) do grão já somam 15%. “Muitas lavouras semeadas no cedo e com uso de alta tecnologia em insumos e genética estão expressando potencial produtivo de aproximadamente 3.000 kg/ha”, destaca o diretor técnico da Emater/RS, Lino Moura.
Os triticultores gaúchos continuam com a aplicação preventiva de fungicidas para controle de doenças da espiga, especialmente a giberela, além da aplicação de inseticida para pulgão e lagarta do trigo. “Em algumas lavouras (aveia e azevém) se observa incidência de invasoras, em função de não ter sido feito o controle no estágio inicial, pelo alto custo do herbicida”, comenta Moura. O preço da saca de 60 kg de trigo ficou praticamente estável em R$ 39,50.
Milho – O clima da semana favoreceu o plantio de novas áreas e o crescimento e o desenvolvimento das plantas nos locais já semeados são considerados muito bons pelos extensionistas da Emater/RS-Ascar. O percentual de área já plantada chega a 36% do total projetado (804 mil ha) para o Estado. A região mais adiantada segue sendo Santa Rosa (Missões e Fronteira Noroeste), com 65% de sua área já semeada, em torno de 110 mil ha.
“Nas lavouras recém-semeadas é constatada, em algumas situações, que a germinação é lenta em função das temperaturas amenas e falta de aquecimento do solo”, ressalta Lino. As lavouras plantadas no cedo já estão recebendo a primeira aplicação de adubação nitrogenada em cobertura, assim como está em andamento o controle de formiga e pragas com aplicação de inseticidas.
Apesar das recentes quedas nas cotações do produto, o preço pago ao produtor pela saca de 60 kg segue bem acima do praticado anteriormente. Durante a semana, o preço médio ficou em R$ 43,69, contra os R$ 28,36 registrados no ano passado nesta mesma época.
Soja – Segundo a Emater/RS-Ascar, os agricultores continuam com intensa procura pelo custeio da lavoura junto aos agentes financeiros, elaboração de projetos, busca das interpretações das análises do solo e recomendação da adubação. Também estão sendo providenciados os pedidos dos insumos. Nas áreas de pastagem anual de inverno, que serão destinadas à produção de soja, a tendência é que a retirada dos animais encerre no final de setembro.
Canola – A maior parte das lavouras de canola se encontra nos estágios de frutificação e maturação. Os técnicos da Emater/RS-Ascar classificam como bom o aspecto geral das lavouras. No momento, as expectativas para a colheita são de superação das estimativas iniciais. Os agricultores realizam tratamentos fúngicos misturados com inseticidas para controlar Trips e lagartas, em algumas áreas de plantação.
A cotação dos grãos, em geral, é R$ 3,00 acima do preço da soja no Noroeste, no Planalto e na região Celeiro. O valor de referência é de R$ 70,00/saca. “Os agricultores têm visto a cultura como uma boa opção de rotação de culturas no inverno e com boa possibilidade de retorno econômico”, pontua o diretor técnico.
Cevada – A lavoura encontra-se nas fases de espigamento e floração, apresentando um padrão muito bom. Os trabalhos concentram-se nos tratamentos fúngicos contra giberela e septória, visando à proteção das espigas, para se conseguir boa classificação comercial. O preço balcão, na região do Planalto, é de R$ 40,00/sc.
Linhaça – Mantém-se o bom aspecto geral das lavouras, que em sua maioria se encontra em fase de formação do grão. A estimativa inicial de produtividade varia de 900 a 1.200 kg/ha na região Noroeste.
Aveia branca – No Alto Jacuí e Região Celeiro, a cultura está passando rapidamente para o estágio de formação e enchimento de grão, com boas condições fitossanitárias e alto potencial produtivo. Há dificuldade em separar a área que será destinada à produção de grãos e confecção de silagem.