A estiagem prolongada na região do Alto Uruguai mudou o cenário das propriedades rurais, sendo que em muitos municípios o abastecimento de água às propriedades tem sido por meio de caminhões pipa. Em diversas localidades, rios, sangas e riachos estão com pouca vazão e até mesmo alguns açudes já secaram. A falta de chuva prejudica lavouras e a bovinocultura leiteira. Para amenizar a situação, a Emater/RS-Ascar, parceira da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), vem executando no Estado projetos que envolvem os Programa Segunda Água e Mais Água Mais Alimento, visando à utilização de tecnologias sociais voltadas ao acesso de água para produção de alimentos das famílias. Em diversas propriedades foram construídos micro-açudes e açudes para irrigação. Neste sentido, seguem sendo executados projetos de irrigação para agricultores, como política pública voltada a esta área.
Segundo o engenheiro agrônomo e extensionista rural do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Erechim, Cezar da Rosa, em levantamento realizado em 18 dos 32 municípios da região do Alto Uruguai há problemas de abastecimento de água ocasionados pela estiagem. “Os rios, riachos e açudes apresentam volumes muito baixos”, observou. Muitos municípios estão utilizando caminhões pipa para abastecer as famílias rurais e suas criações que necessitam de grande volume de água. Segundo Cezar, no município de Viadutos, por exemplo, onde os rios Apuaê e Apuaê Mirim apresentam vazão normal devido às chuvas ocorridas nos últimos dias e a situação não é tão crítica. Nesta segunda-feira (30/03), choveu em alguns municípios da região do Alto Uruguai, mas em volume pequeno, não amenizando os prejuízos dos produtores, destaca o extensionista.
O produtor Avelino Pieniak, de Erechim, que trabalha com hortigranjeiros, diminuiu a sua produção e teve, como consequência, uma redução de 50% na receita da propriedade. Pieniak conta que por enquanto está buscando alternativa com água armazenada no açude destinado à atividade de piscicultura e também depende dos vizinhos. “Nosso açude também está secando”, conta. “Continuamos trabalhando, na parceria de dois colaboradores, que também têm suas famílias. Como alternativa de futuro, pretendo investir em irrigação por gotejamento, cobertura orgânica e na cobertura de solo dos canteiros”, garantiu.