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Grávidas no volante

Até quando posso dirigir? Essa é uma dúvida constante de muitas gestantes preocupadas em manter o bebê seguro antes mesmo de tê-lo nos braços. Embora a questão não esteja regulamentada pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), existem alguns cuidados indispensáveis para garantir a segurança da mãe e do bebê. A Perkons ouviu especialistas no assunto para compreender quais as recomendações para este momento da vida das mulheres.

Pesquisa do Canadian Medical Association Journal revelou que grávidas têm 42% mais chance de envolvimento em acidentes graves de trânsito, risco intensificado após o quarto mês de gestação. O grupo de cientistas responsável pelo estudo associa o número ao estado de distração, somado às náuseas, ao cansaço e à ansiedade, fenômenos característicos da gravidez.

Embora típicas do período, as sensações não são consenso entre as mulheres. Em virtude dessa variação, o coordenador do Núcleo de Ginecologia do Hospital Samaritano de São Paulo, Dr. Edilson Ogeda, acredita que a escolha entre dirigir ou não cabe à própria gestante, razão pela qual a ausência de regulamentação que determine a questão não é, para ele, um agravante. “A grávida pode dirigir durante toda a gestação, desde que se sinta segura e confortável para fazê-lo. A partir do momento que isso se torna um problema, ela deve parar. Ficar refém do auxílio de outras pessoas ou mesmo do transporte coletivo, que na sua grande maioria das vezes não privilegia a grávida, pode ser pior”, esclarece.

Por outro lado, enjoos e náuseas, comuns no início da gestação, devem ser motivo suficiente para que a grávida opte por se recuperar antes de pegar no volante. “O ideal é dirigir apenas quando se está em boas condições físicas e emocionais. Essa é a chave para direção segura”, completa. Outra situação possível é que o trabalho de parto inicie enquanto a grávida dirige. “Neste caso, ela deve procurar ajuda, pedir para alguém assumir a direção e levá-la ao hospital, ou, em última hipótese, estacionar o carro em um local seguro e ir de táxi à maternidade”, orienta.

Independente do perfil da gestante, há cuidados essenciais a todas elas. A Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) reuniu em uma cartilha orientações para o transporte de crianças e gestantes. O cinto de três pontos é o ideal para a grávida, que deve ajustá-lo de maneira confortável e deixar uma distância mínima de 15 centímetros entre o volante e a barriga. Evitar jejum, calor ou frio excessivos, e longas distâncias são outras recomendações importantes, assim como cuidar das medicações ingeridas.

Até que ponto as emoções alteram a direção?
Além do enjoo, náusea e distração, a intensidade de emoções também traz desdobramentos à condução de veículos. Esta fragilidade, contudo, não é exclusividade das gestantes. Estudo inédito realizado pelo Instituto de Transportes da Virginia Tech apontou que dirigir em estado emocional alterado aumenta em quase dez vezes os riscos de colisões. Para se ter ideia, este número dobra ao associar o celular à direção. Dentre as emoções listadas pelos pesquisadores como as de mais risco estão a raiva, a agitação e a tristeza.

“As causas de acidentes de trânsito podem ser remotas ou imediatas. As primeiras envolvem o caráter e a formação do condutor, além da manutenção do veículo. No segundo caso, estão a via, a sinalização e a ansiedade aguda, sobretudo no que se refere à paciência”, classifica o médico, mestre e doutor em anatomia, com atuação na área de atendimento pré-hospitalar e cursos de socorrismo, Dr. Wilson Pacheco.

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