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Mãe e filho mortos em acidente em Rondinha faziam trabalho voluntário em Novo Hamburgo

Lori de Fátima dos Santos, 43 anos, e Thaison Mateus de Oliveira, 21 anos, costumavam entregar comida a moradores de rua, visitar asilos e ajudar doentes e dependentes químicos

A manicure Lori de Fátima dos Santos, 43 anos, e o filho Thaison Mateus de Oliveira, 21 anos, eram conhecidos por não medir esforços para ajudar os outros. Integrantes de um grupo que faz trabalho voluntário em Novo Hamburgo, onde moravam, eles teriam parado o carro para ajudar uma família que sofreu um acidente quando morreram atropelados por um caminhão na ERS-404, em Rondinha.

O acidente aconteceu na manhã desta terça-feira, por volta das 9h3omin. O motorista do caminhão que teria atingido as vítimas fugiu do local sem prestar socorro. Além de Lori e Thaison, outras duas pessoas morreram atropeladas pelo veículo.

Em férias, mãe e filho voltavam de Constantina, onde teriam passado uma semana na casa dos pais de Lori, avós de Thaison. O jovem mecânico dirigia um Classic que havia conseguido comprar há pouco, aquisição muito comemorada. A filha caçula de Lori, Thainy Joana de Oliveira, oito anos, e a namorada de Thaison, Melissa Garcia Godoy, 22 anos, também estavam no veículo. O marido de Lori, pai de Thaison, não conseguiu férias e teve de ficar em Novo Hamburgo, onde trabalha como açougueiro em um supermercado.

Ainda no início da viagem, nos primeiros 40 dos quase 400 quilômetros que iriam percorrer, teriam parado ao ver que um Prisma colidiu com uma árvore. Amigos da família deduzem que eles nunca teriam seguido uma viagem sem parar para ajudar alguém que poderia precisar de auxílio, solidariedade que os motivava no dia a dia em Novo Hamburgo.

Membros da Sociedade Espírita, a família integrava o grupo Caravaneiros do Bem, fundado por eles e outros amigos espíritas há quase dois anos para praticar ações de caridade. Com o grupo, a família costumava entregar comida a moradores de rua, visitar asilos, ajudar doentes e dependentes químicos. Lori tinha uma função de liderança na organização das ações e, na casa espírita, também trabalhava com a evangelização das crianças.

— A Lori era uma pessoa formidável, que estava sempre disposta a ajudar os outros, seja com um abraço ou um consolo. Tanto que acabou desencarnando fazendo caridade, foi prestar socorro. Ela não julgava ninguém, perdoava todos. Esse motorista que fugiu do local, creio que por ela está perdoado — lamenta Gerson Luiz de Oliveira, integrante dos Caravaneiros do Bem.

Amiga de Lori há oito anos, Cleusa Maria Teixeira de Oliveira comenta que a manicure gostava tanto dos Caravaneiros que vivia com a camiseta do grupo. Era quem dava força aos voluntários quando eles passavam por momentos difíceis.

— Ela sentava no chão e conversava com os moradores de rua. Ouvia e ajudava eles. Quando um dos dependentes químicos pediu ajuda para conseguir uma vaga em uma clínica para reabilitação e ela não conseguiu, começou a chorar. Vamos lembrar sempre dela solidária, caridosa e com muito amor no coração — lembra Cleusa.

Assim como a mãe, Thaison também era conhecido pela solidariedade. No Natal, vestiu-se de Papai Noel para entregar doações a um grupo de indígenas que vive acampado na Rodoviária de Novo Hamburgo, incluindo brinquedos para as crianças.

Ferida no acidente, a caçula Thainy também seguiu os exemplos da mãe: no Natal, cortou o cabelo para doar a uma entidade que confecciona perucas a pacientes com câncer. A menina está internada no Hospital dos Trabalhadores de Ronda Alta.

Lori e Thaison serão velados em Constantina, de onde ela era natural, e enterrados em Três Palmeiras. Amigos do grupo Caravaneiros do Bem viajarão às cidades para despedirem-se dos voluntários.

SourceClicrbs
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