Em algumas cidades do interior do Rio Grande do Sul, os tradicionais desfiles de 7 de setembro sofreram alteração nesta segunda-feira (7). Protestos pelo parcelamento dos salários dos servidores estaduais afetam as comemorações do Dia da Independência do Brasil no estado.
Mesmo sendo a cidade gaúcha com maior concentração de militares, no desfile de Santa Maria, na Região Central, apenas as bandas militares e de escolas municipais participam das celebrações da Semana da Pátria. Ainda durante a madrugada, mulheres dos policiais trancaram a saída das viaturas dos quartéis.
Os professores estaduais, em paralisação até sexta-feira (11), decidiram não levar os alunos. Os bombeiros e policiais militares também devem desfilar, alegando que é preciso dar segurança ao público. Para evitar risco de contaminação da doença mormo, cavalos não serão levados.
Em Passo Fundo, no Norte do estado, um protesto de servidores estaduais impediu a passagem de viaturas da Brigada Militar no acesso ao desfile. O comando, então, decidiu cancelar a participação na programação.
Em Cruz Alta, no Noroeste, esposas de PMs desfilaram à frente das viaturas com cartazes de insatisfação com o governo do estado. Professores também protestaram, vestindo camisetas pretas. Em Ijuí, não houve desfile.
Em Santa Rosa, também no Noroeste, o desfile tradicional com a participação de diversas entidades foi cancelado pelo município como forma de reduzir despesas. Somente o 19° Regimento de Cavalaria Mecanizada participou.
Em Uruguaiana, na Fronteira Oeste, cerca de 20 pessoas, entre familiares e amigos de bombeiros, trancaram o acesso ao quartel pela manhã para impedir a participação dos soldados no desfile no município. O portão é liberado somente para atendimento de ocorrências.
Em Santana do Livramento, na mesma região, membros da associação que representa a Brigada Militar, agentes da Susepe e familiares dos servidores estão bloqueando a saída do quartel do Corpo de Bombeiros. De acordo com informações da organização do protesto, o ato é também pelo parcelamento dos salários, mas é principalmente para impedir que as viaturas saiam para o desfile.
Segundo eles, a verba para combustível está reduzida e a intenção é evitar que a gasolina que é para ser usada em deslocamentos de emergência, seja “desperdiçada” com o desfile.
Apesar do ato, o desfile da Independência foi mantido pelo Exército. PMS realizam o policiamento e escolas estaduais e municipais também participam.
Em Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, esposas de policiais da Brigada Militar desfilaram à frente das viaturas com cartazes de protesto contra o governo do estado. Representantes do Cpers também se manifestaram vestindo camisetas pretas.
Em Bagé, na campanha, o desfile começa às 13h. A Polícia Civil ainda não decidiu se vai participar, os bombeiros confirmaram presença. A Brigada Militar diz que não desfila, mas vai fazer o policiamento do evento.
Em Porto Alegre, o desfile começou normalmente, com a cerimônia de recepção às 10h. A estimativa é que o evento contará com cerca de 4,8 mil pessoas, entre civis e militares.
São mais de 200 viaturas, incluindo os blindados do Exército, e as viaturas da Marinha, Exército, Aeronáutica, Brigada Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, EPTC e Guarda Municipal.