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terça-feira, 23/abril
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Oscilação climática favorece incidência de pragas nas lavouras

Apesar da baixa umidade no solo, a cultura do milho vem apresentando um bom estabelecimento inicial no Rio Grande do Sul, com stand de plantas dentro do recomendado, emergência uniforme e desenvolvimento rápido. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar, é atípica a alta incidência de lagartas nas lavouras, como a do cartucho (Spodoptera frugiperda) e a lagarta rosca (Agrotis ípsilon), que têm preocupado os agricultores. Essa situação gera a necessidade de dessecação e replantio de algumas áreas devido ao baixo stand de plantas por unidade de área, assim como um número elevado de aplicações de inseticidas, com muitos produtores chegando à terceira aplicação sem um efetivo controle. Híbridos com tecnologia BT (resistentes a essas pragas) também têm apresentado frequentes e intensos danos. Nas lavouras de milho mais adiantadas, seguem os trabalhos de adubação em cobertura e de utilização de herbicidas quando as plantas atingem o estágio ideal.

Nas regiões produtoras do Estado, prossegue o desenvolvimento das culturas de inverno, que apresentam distintas fases. As lavouras de trigo, por exemplo, nesta semana apresentam 18% em perfilhamento, 30% em floração, 48% em formação de grão e 4% em maturação para a colheita. Tais percentuais se aproximam da média.

Segundo avaliação de técnicos e produtores, o potencial produtivo das lavouras de trigo varia a partir da época de semeadura (semeadura do cedo com baixo stand e baixa estatura), nível de fertilização (lavouras com menor quantidade de adubo e com perdas pelas intensas chuvas no início do estabelecimento da cultura apresentam baixo potencial), e incidência e controle de doenças, com maior infestação de patógenos devido à grande oscilação de temperatura e umidade, propiciando a propagação de doenças e o aumento no número de solicitações acionando o Proagro.

Canola – Tupanciretã, na região Central, importante produtor de canola, possui uma área plantada de 3.200 ha do total de 5.185 ha de cultivo no Estado. As lavouras se apresentam com 20% em floração e 80% em enchimento de grão. No decorrer do ciclo da cultura, algumas lavouras foram abandonadas pelos agricultores, devido ao pouco desenvolvimento das plantas em decorrência de falta de chuvas no desenvolvimento inicial das mesmas. A estimativa para esse município é de perdas de até 50% na produção em relação à expectativa inicial, que era de 1.747 kg/ha. Esse cenário se repete, em maior ou menor escala, nas demais áreas de produção de outras regiões.

Frutas e olerícolas
Uva – Nos vinhais da Serra em que se realizou a poda antecipada no início do período, logo após 15 de abril, as parreiras apresentam atraso e desuniformidade de brotações em comparação com as podadas no período tradicional. As variedades precoces têm boa brotação, com carga de uva dentro da normalidade. Nas variedades tardias, principalmente a Moscato branco, a brotação está bastante irregular, sendo boa no tronco e muito mal nas varas novas. Observa-se que nos vinhedos que foram podados mais cedo, a brotação está melhor em relação aos que foram podados no final do período. Seguem os tratamentos fitossanitários na prevenção da antracnose e escoriose, embora o clima esteja desfavorável ao desenvolvimento das moléstias.

Citros – O final da safra de citros na região do Vale do Caí está marcado pelo intenso ataque de pragas e doenças nas bergamotas e laranjas a serem colhidas. Nas bergamoteiras, a principal doença é a pinta-preta, que mancha a casca das frutas, depreciando-as para o comércio, sendo que o principal prejuízo advém da queda de frutas provocada pela doença. Esta doença está atingindo principalmente a cultivar Montenegrina, última do grupo das mediterrâneas em colheita, que inclui a Caí e a Pareci, já colhidas.

Entre as laranjas, o principal problema fitossanitário é a alta incidência da mosca-das-frutas, que também causa queda de frutas. Entre as laranjeiras, a cultivar Valência é a mais tardia, cuja colheita também caminha para o final. Em função dos problemas fitossanitários, os citricultores intensificam a colheita, procurando salvar o que ainda resta da produção nas plantas.

Pepino – Mesmo que a maior parte do cultivo no Vale do Caí se encontre em desenvolvimento vegetativo, nestas três primeiras semanas de setembro a produção aumentou de forma significativa, tanto do conserva quanto do salada. Há registros de dificuldades de controle da mosca branca em cultivos protegidos, confirmando o efeito do inverno atípico, que não interrompeu o ciclo reprodutivo dessa praga.

Criações
Bovinocultura de leite – Os índices produtivos estão com tendência de pequena melhora devido às condições de temperatura e luminosidade para as pastagens em recuperação e à entrada de algumas vacas em lactação, que vai se intensificando até a primavera. Contudo, o preço vem baixando para alguns produtores, ficando muito próximo ao preço de custo, o que poderá inviabilizar a atividade leiteira.

As condições nutricionais do rebanho são boas devido à melhora recente das pastagens e à suplementação ofertada. As vacas que estão nas pastagens de inverno apresentam recuperação na produção leiteira. As que estão em campo nativo apresentam baixa produção, mesmo sendo suplementadas com cana-de-açúcar e grãos.

Estamos em época de vazio forrageiro, pois as pastagens anuais de verão e o milho para confecção de silagem estão sendo implantados, necessitando aumentar o fornecimento de silagem para manter a produção. Os produtores de leite à base de pasto assistidos pela Assistência Técnica e Extensão Rural e Social prestada pela Emater/RS-Ascar, que executam planejamento forrageiro, conseguem manter alta a produtividade no período, com baixo custo, praticamente eliminando o vazio forrageiro de primavera.

Apicultura – Os enxames apresentam boas condições sanitárias, favorecidos pelas temperaturas amenas e baixa precipitação pluviométrica. Os apicultores manejam suas colmeias, limpando os ninhos, colocando melgueiras, trocando os caixilhos velhos ou reformando as caixas danificadas e sem enxames. Recomenda-se aos apicultores realizar o manejo de “ninho claro” a fim de liberar espaço para a postura da rainha.

Alguns apicultores estão alimentando os enxames para o aumento da postura pelas rainhas, favorecida pela boa florada e entrada de pólen na colmeia. As principais floradas para esse período são espécies nativas (nabo, eucalipto e bracatinga). As expectativas no momento são de boa safra de mel, pois os enxames estão bastante populosos, o que garante que a colheita de mel será antecipada na primavera.

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