Nota de pesar pela Páscoa do Papa Francisco

Com grande surpresa e pesar, recebemos na manhã desta segunda-feira, a notícia da morte do nosso querido Papa Francisco.

Vivemos, no dia de ontem, 20 de abril, a expectativa de sua palavra na bênção Urbe et Orbi em Roma. Em sua breve aparição e bênção, manifestou sua esperança pela paz em todo o mundo. Hoje podemos dizer que seu testamento final é o desejo de que a paz reine entre todos os povos.

O Papa Francisco nos deixou um legado de simplicidade, de humildade, de amor e de serviço incondicional à Igreja. Demonstrou com seu estilo de vida, gestos e palavras o amor a Jesus Cristo, à Igreja e sua opção preferencial pelos pobres, pelos simples de coração, abertos a acolher a mensagem do Evangelho e a fazer a experiência do “encontro com a pessoa de Jesus Cristo”.

A renovação proposta na ação evangelizadora da Igreja nos incentiva a viver mais profundamente de acordo com o Evangelho e maior fidelidade a Jesus Cristo. Seu acolhimento a todos foi uma das grandes marcas de seu pontificado, bem como a descentralização do poder, que deve ser poder-serviço, e a tornar as estruturas da Igreja sempre mais missionárias. O Papa Francisco não mudou a doutrina da Igreja e nem alterou nenhum ensinamento de fé, mas alimentou uma nova maneira de crer e viver o Evangelho da Salvação.

Outro legado do Papa Francisco é o reconhecimento do amor misericordioso de Deus. Quando da proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, esta passou a ser a expressão que marcou suas palavras e mensagens sobre o tema. Sua vida e palavras foram sempre marcadas pelo amor, simplicidade e compaixão, como bem expressa o lema que escolheu para seu pontificado: “Miserando atque eligendo”, que significa “Olhou-o com misericórdia e o escolheu”, em referência ao Evangelho de Mateus comentado por São Beda, o Venerável.

Que o nosso querido Papa Francisco descanse em paz e nos braços do Bom Pastor receba a recompensa de sua dedicação e serviço à Igreja e ao povo de Deus. Unidos em oração pelo seu descanso eterno, também supliquemos ao Senhor que continue a guiar a sua Igreja nos concedendo um novo “pastor” que manifeste ao mundo e o faça sentir à Igreja o amor do Bom Pastor por excelência, que é o Cristo Salvador.

Dom Adimir Antonio Mazali

Bispo Diocesano de Erexim

​É com profundo pesar que informo o falecimento do Papa Francisco nesta segunda-feira, 21 de abril de 2025, aos 88 anos, na Casa Santa Marta, no Vaticano. A morte foi anunciada às 7h35 (horário local) pelo camerlengo, cardeal Kevin Farrell, que destacou a dedicação do pontífice ao serviço do Senhor e da Igreja.

Nascido Jorge Mario Bergoglio em Buenos Aires, Argentina, em 17 de dezembro de 1936, Francisco foi eleito o 266.º Papa em 13 de março de 2013, tornando-se o primeiro pontífice latino-americano, o primeiro jesuíta e o primeiro não europeu em mais de 1.200 anos. Durante seu pontificado de 12 anos, destacou-se por sua humildade, ênfase na misericórdia divina, preocupação com os pobres e compromisso com o diálogo inter-religioso.

O Papa enfrentava problemas de saúde desde fevereiro, quando foi internado por 38 dias devido a uma bronquite que evoluiu para pneumonia nos dois pulmões. Após receber alta em 23 de março, ele participou da bênção Urbi et Orbi no Domingo de Páscoa, 20 de abril, demonstrando fragilidade, mas cumprimentando os fiéis. ​

Com sua morte, inicia-se o período de “sede vacante” na Igreja Católica. O corpo de Francisco será velado na Basílica de São Pedro, e o funeral está previsto para ocorrer entre quatro e seis dias após o falecimento. O conclave para eleger seu sucessor deve começar entre 15 e 20 dias após a morte, reunindo cardeais com menos de 80 anos para a escolha do novo Papa. ​

O legado de Francisco será lembrado por sua compaixão, reformas significativas na Igreja e defesa dos mais vulneráveis. Líderes mundiais e religiosos expressaram pesar pela perda, destacando seu papel como promotor da justiça social e da paz.

Domingo de Páscoa:
“Como Peregrinos de Esperança”, anunciar a Ressurreição de Jesus.

 Minha saudação a todos os irmãos e irmãs que acompanham a Voz da Diocese, no espírito da Ressurreição de Jesus. A liturgia desta festa manifesta a alegria da vida nova inaugurada por Jesus que cumpre a promessa da vida plena a todos os que n’Ele creem. Cristo ressuscitou! Aleluia!

Prezados irmãos e irmãs. O Evangelho narra os acontecimentos do primeiro dia da semana que marca o início de um novo tempo pela ressurreição de Jesus e pelo testemunho dos seus discípulos. São muitos os momentos significativos desta passagem. Vejamos:

Primeiro, vemos Maria Madalena que “foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo” (Jo 20,1). Imediatamente, a ação de Maria é ir contar aos discípulos. “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram” (Jo 20,2). Com certeza Maria, ainda envolvida pela dor e pelo luto da morte de Jesus, não sabia o que estava acontecendo. Segundo, Pedro e o outro discípulo, diz o evangelho, “aquele que Jesus amava” (João), vão ao túmulo e encontram-no vazio, mas um detalhe chama a atenção: as faixas de linho que tinham sido usadas para envolver o corpo de Jesus e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus estavam lá, à parte. “Ele viu e acreditou” (Jo 20,8), refere-se o evangelho ao discípulo que estava com Pedro. “Eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos” (Jo 20,9).

O túmulo vazio encontrado por Maria Madalena e depois por Pedro e João, confirmam o mistério de sua ressurreição. Contemplar o túmulo vazio de Jesus é contemplar a vida vencedora da morte e, foi também isso que sustentou os discípulos e os encorajou a dar continuidade à obra iniciada por Jesus. Assim como os apóstolos, nós somos convidados a reafirmar nossa fé na ressurreição de Jesus pelo testemunho deixado por eles.

Caríssimos irmãos e irmãs. Para aprofundar o que significa a Ressurreição de Jesus e a base de nossa fé, voltamos também nosso olhar ao testemunho deixado pelos apóstolos, nas leituras que ouvimos.

A Primeira Leitura dos Atos dos Apóstolos descreve o discurso de Pedro que acentua o caminho percorrido por Jesus: “depois do Batismo pregado por João: Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder” (At 10,38). Pedro ressalta ainda o que Ele fez: “Ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos…” (At 10,38). Segue seu discurso narrando o que aconteceu na sua entrega total até a morte e morte de cruz, mas que “Deus O ressuscitou ao terceiro dia” (At 10,40). Pedro dá testemunho de tudo isso dizendo ainda: “Deus o ressuscitou dos mortos no terceiro dia, concedendo-lhe manifestar-se não a todo o povo, mas as testemunhas que Deus havia escolhido: a nós, que comemos e bebemos com Jesus, depois de sua ressurreição dos mortos” (At 10,41). Este relato é um convite dirigido também a nós, a fim de reafirmarmos a nossa fé na Ressurreição de Jesus.

Na Segunda Leitura, São Paulo reafirma os fatos da Ressurreição de Jesus, já recordados nos Atos dos Apóstolos e evoca o compromisso que todos os cristãos, renascidos pelo Batismo, devem assumir como continuadores de sua obra salvífica.  “Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres” (Cl 3,1-2). Dessa forma, o humano alcança a participação plena na vida de Jesus e a salvação oferecida por Ele.

Caros irmãos e irmãs. Sendo “Peregrinos de Esperança”, como nos chama o Jubileu deste Ano Santo do Senhor (2025), cada cristão tem por missão anunciar a Ressurreição de Jesus e sua vitória sobre a cruz e a morte. Viver a alegria da Páscoa e continuar a espalhar a certeza de que Cristo está vivo e caminha conosco, pois, Ele Ressuscitou verdadeiramente.

Uma Feliz e santa Páscoa a todos e bom domingo!

Dom Adimir Antonio Mazali – Bispo Diocesano de Erexim – RS