Plantio da soja no Rio Grande do Sul já alcançou 99% da área prevista para a safra de 5,9 milhões de hectares. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado, nesta quinta-feira (2), pela Emater/RS-Ascar, em parceria com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), 85% das lavouras estão em fase de desenvolvimento vegetativo, 14% em floração e 1% na fase de enchimento de grãos.
Segundo o diretor técnico da Emater/RS, Alencar Rugeri, a Gerência de Planejamento (GPL) começou a realizar o levantamento dos possíveis efeitos das condições climáticas dos últimos dias, pela falta de chuvas e calor excessivo.
Na última semana, a implantação da cultura do milho chegou a 95% da área de mais de 777 mil hectares da intenção de plantio no Estado. Das lavouras implantadas, 29% estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 16% em floração, 37% em enchimento de grãos, 17% maduro e por colher. Já se tem 1% colhido.
A cultura do arroz está implantada em 100% da área de mais de 944 mil hectares prevista para esta safra. O tempo favorável em todas as regiões permitiu o avanço nos plantios, além de favorecer o desenvolvimento da cultura. Das lavouras implantadas, 90% estão na fase de desenvolvimento vegetativo e 10% em floração.
Olerícolas
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Lajeado, nos últimos 21 dias, as precipitações ocorridas ficaram abaixo da média, dispersas do início ao fim do período, mas com baixa intensidade. Contudo, até o momento, não há escassez de água, pois a maioria dos olericultores conta com boas reservas em açudes. No entanto, o clima esquentou muito nesta última semana e já se observam sinais de prejuízos em algumas atividades. Ao contrário de anos anteriores, a onda de calor que começou a castigar a região desde 23 de dezembro veio repentinamente, surpreendendo muitos olericultores. Alguns produtores relatam que diminuiu a comercialização na Ceasa e no mercado em geral, em razão da época do ano e como reflexo do período de férias, quando diminui muito a população na região Metropolitana.
Frutícolas
Na região administrativa da Emater/Ascar de Lajeado, as temperaturas elevadas dos últimos dias, com médias acima de 29ºC, possivelmente travarão a indução floral dos cultivares de dias neutro de morango, que produzem relativamente bem nesta época, dentro dos limites. De forma geral, os preços têm se mantido estáveis. O morango não apresentou elevação de preços mais significativa como esperado, porque o suposto incremento de demanda no Natal acabou não acontecendo. Houve boa oferta de pêssego e melancia e, além disso, a percepção dos produtores é de que o movimento de comercialização na Ceasa, como um todo, ficou abaixo do esperado para esta época do ano.
Pastagens
Nas últimas semanas, a continuidade de um período climático de reduzidas precipitações vem causando redução no crescimento das pastagens nativas e cultivadas. Com esse quadro, as condições alimentares e nutricionais das forragens começam a ficar comprometidas.
Bovinocultura de corte
Nas diversas regiões do RS, o gado bovino de corte apresenta estado físico e sanitário satisfatórios. No entanto, o ganho de peso está ficando abaixo do esperado para a época do ano, especialmente nas regiões da pecuária localizadas nas áreas mais secas. O clima mais seco, por outro lado, favorece o controle de parasitos internos e externos. No manejo reprodutivo, tem continuidade a temporada de monta e/ou inseminação artificial na maior parte das propriedades.
Bovinocultura de leite
Os rebanhos bovinos de leite do Rio Grande do Sul estão em boas condições físicas e sanitárias. Já os níveis de produção leiteira, especialmente nas áreas mais secas, começam a apresentar queda na quantidade e na qualidade. Os dois principais fatores para essa diminuição da produção são a menor disponibilidade de massa verde e o estresse térmico. Para reduzir o efeito desses fatores negativos, os criadores utilizam táticas de manejo e alimentação, entre elas a oferta de sombra, água e suplementação alimentar para as vacas. Muitos produtores estão antecipando a colheita do milho para silagem plantado mais cedo, para evitar maiores prejuízos que podem resultar do período de estiagem.
Ovinocultura
Os rebanhos ovinos gaúchos estão em bom estado corporal e sanitário. O clima mais seco tem propiciado menor infestação por vermes e outros parasitos e favorecido a diminuição de problemas de casco. No manejo reprodutivo, são destaques a seleção e o preparo de matrizes e carneiros, tanto nas propriedades que adotam encarneiramento em janeiro e fevereiro quanto naquelas onde ocorre em março e abril.
Apicultura
O clima mais seco continua favorecendo a atividade das colmeias, mas a floração ficou prejudicada em diversas áreas, refletindo-se em menor produtividade. A safra de primavera continua em andamento, com resultados diferenciados em diferentes regiões do Estado.