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Preço do feijão dispara e faz consumidores pensarem em alternativas para substituição

Alta no valor da leguminosa chegou a 24% em fevereiro, efeito de uma safra ruim, prejudicada pela chuva, segundo produtores.

De acompanhamento favorito, o feijão tem se tornado item de luxo no prato dos gaúchos. A pesquisa mensal da cesta básica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) identificou que, apenas em fevereiro, o preço da leguminosa pulou 24% em Porto Alegre — a alta média da cesta foi de 1,88%. Outro levantamento, o Índice de Preços aos Consumidor (IPC-Iepe) da UFRGS, indicava em R$ 5,12 o quilo do feijão preto na Capital naquele mês.

Desde então, houve novo salto: o quilo do alimento vendido a granel no Mercado Público de Porto Alegre, por exemplo, chegava a R$ 8 na tarde desta terça-feira (19). Nos supermercados, dificilmente se encontra pacote de meio quilo por menos de R$ 6.

— Estamos sentindo desde o início do ano o efeito de uma safra fraca no Rio Grande do Sul, em razão da forte chuva nos municípios produtores. Então, cai a oferta e sobe o preço — explica Daniel da Silveira, responsável pela Banca 48 do Mercado Público.

No local, o quilo do alimento a granel era vendido a R$ 7,50, uma leve queda em relação ao valor da semana passada, quando passava de R$ 8. Daniel, cuja família planta e vende feijão, explica que, nos últimos dias, os produtores elevaram o fornecimento, pressionando para baixo o preço ao consumidor.

— Acho que agora vai estabilizar. Talvez, a safrinha de maio, se for boa, possa baixar um pouco mais o quilo — projeta Daniel.

Vale a pena trocar?

Para os consumidores, a alta do tradicional prato brasileiro é indigesta. A diarista Loreni Fernandes, 39 anos, diz que fica atenta aos preços do feijão e da lentilha nos supermercados — quando um dispara, recorre ao outro. No entanto, conforme o IPC-Iepe, o feijão ainda era mais em conta: meio quilo da lentilha custava, em média, R$ 6,69 em fevereiro.

Vizinha dela em Cachoeirinha, a aposentada Marlen Vargas Zanolet, 75 anos, não abre mão do feijão mesmo diante dos preços salgados. A feijoada para família no final de semana é sagrada, justifica:

A nutricionista da Faculdade Senac Porto Alegre Cristina Frantz não tira a razão da aposentada. O feijão é uma das leguminosas mais ricas em nutrientes como ferro, proteína vegetal, minerais e carboidratos. Seus pares de grupo alimentar, como lentilha, soja, ervilha e grão de bico, não oferecem, necessariamente, o mesmo leque de vitaminas, e ainda custam mais.

— O consumidor pode até substituir para economizar um pouco, mas terá de compensar com outros vegetais. E ainda ficará sem aquele sabor de comida caseira que o feijão desperta nos brasileiros — pondera.

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