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28. Voz da Diocese – 13.07.25


“Sede praticantes da Palavra, não meros ouvintes” (Tg 1,22). 

Minha saudação a todos ao irmãos e irmãs que acompanham a Voz da Diocese. Iniciamos nossa mensagem de hoje com a Oração da missa com a qual abrimos nosso espírito para acolher a mensagem da Palavra de Deus: “Ó Deus, que mostrais a luz da verdade aos que erram para retomarem o bom caminho, dai a todos os que professam a fé rejeitar o que não convém ao cristão, e abraçar tudo o que é digno desse nome”.

Prezados irmãos e irmãs. Com esta oração mergulhamos na temática da liturgia que nos convida a compreender o percurso a ser feito para alcançar a vida eterna, rejeitando o que não condiz com a vontade de Deus.

A Primeira Leitura, do Livro do Deuteronômio (30,10-14), faz um apelo muito concreto: “Ouve a voz do Senhor teu Deus e observa todos os seus mandamentos… Converte-te ao Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma”. E conclui dizendo: “Esta palavra está ao teu alcance, está em tua boca e em teu coração, para que a possas cumprir”.

Estas são as últimas palavras de Moisés aos israelitas, antes de sua morte. Com elas, Moisés propõe um caminho a ser seguido por todos na terra prometida, caminho esse que passa por alguns passos: 1º) a necessidade de ouvir a Palavra do Senhor, isto é, acolhê-la e compreendê-la; 2º) não basta, por sua vez, conhecer a palavra do Senhor, ela precisa ser transformada em projeto de vida; por isso, eles deviam converter-se ao Senhor, com todo o coração e com toda a alma; 3º) e o terceiro passo é cumpri-la, observando-a e pondo em prática todos os mandamentos e ensinamentos do Senhor. Na Carta de São Tiago encontramos o complemento desse processo, quando diz: “Sede praticantes da Palavra, não meros ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1,22).

Na Segunda Leitura, a Carta de São Paulo aos Colossenses apresenta-nos um hino que propõe Cristo como a referência fundamental, como o centro à volta do qual se constrói a história e a vida de cada crente. Ele é a imagem do Deus invisível e o centro a partir do qual tudo se faz. Em sintonia com a primeira leitura, podemos dizer que Cristo é a palavra, a lei por excelência, segundo a qual devemos viver.

Caros irmãos e irmãs. No Evangelho deste domingo (Lc 10,25-37) Jesus segue essa mesma lógica. Um mestre da Lei, para pôr Jesus em dificuldade, perguntou-lhe: “Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna? ” (Lc 10,25). A pergunta está voltada para um interesse meramente pessoal: que devo fazer! Como ele era conhecedor da Lei, Jesus lhe respondeu com outra pergunta: “O que está escrito na Lei? Como lês? ” (Lc 10,26). Em sua resposta, ele retomou o mandamento do Amor: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência; e ao teu próximo como a ti mesmo! ” (Lc 10,27). Ao ouvir que ele havia respondido corretamente, Jesus lhe disse: “Tu respondeste corretamente. Faze isso e viverás” (Lc 10,28a). Para Jesus, não bastava saber; ele deveria colocar em prática o que sabia ou o que a Lei lhe pedia.

Diante da resposta de Jesus, o mestre da Lei não se deu por satisfeito, e fez outra pergunta a Jesus: “E quem é o meu próximo? ” (Lc 10,29). Para responder-lhe e mostrar-lhe quem é o próximo, como a Lei manda amar (Lv 19,18), Jesus contou-lhe a parábola do bom samaritano. A parábola apresenta o caso de uma pessoa assaltada, machucada e caída à beira do caminho, necessitando de misericórdia. Passou por aquele caminho um sacerdote e depois um levita, ambos conhecedores da Lei, mas, ao verem o caído, fecharam os olhos e esqueceram o que a Lei lhes pedia. Passou também um samaritano, considerado impuro e detestado pelos judeus. Ao vê-lo, aproximou-se e sentiu compaixão. Fez curativos, levou-o a uma pensão e cuidou dele, pagando os gastos. Diante disto, Jesus perguntou ao mestre da Lei qual dos três foi o próximo do homem caído! (Lc 10,36). Ao que ele respondeu imediatamente: “Aquele que usou de misericórdia para com ele (Lc 10,37a). Então Jesus lhe pediu que ele fizesse o mesmo, significando que o fundamental é a vivência da Palavra de Deus.

Não basta apenas conhecer a Palavra de Deus. É preciso vivê-la, colocá-la em prática. A atitude da compaixão é uma das formas mais completas de viver a Palavra do Senhor. A compaixão é o gesto divino que salva quem está caído, necessitado de uma mão acolhedora. A partir da fé cristã, devemos dizer que a compaixão, a misericórdia é a única reação verdadeiramente humana diante do sofrimento alheio que, uma vez interiorizadas, se transformam em princípio de atuação e de ajuda solidária a quem sofre.

Caríssimos irmãos e irmãs. A parábola do bom samaritano não é uma parábola a mais que Jesus contou, e sim aquela que melhor expressa o que é ser verdadeiramente humano. A compaixão, a misericórdia é o princípio fundamental da atuação de Deus e o que configura toda a vida, missão e destino de Jesus. Seguir Jesus implica, portanto, em ser e viver de forma misericordiosa, estendendo a mão ao caído e sendo-lhe solidário, pois Jesus também diz a nós, o que respondeu ao mestre da Lei: “vai e faze a mesma coisa” (Lc 10,37).

Deus abençoe a todos e bom domingo.

Dom Adimir Antonio Mazali – Bispo Diocesano de Erexim – RS

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