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51. Voz da Diocese – 22.12.24


“Natal de Jesus: festa de alegria, de esperança e luz”!

Minha saudação a todos os irmãos e irmãs que acompanham a Voz da Diocese. Preparados pelo tempo do Advento, celebramos o Natal. Celebrar o Natal é celebrar o mistério da Encarnação de Deus. Deus, em Jesus, se fez humano e veio ao nosso encontro.

Caríssimos irmãos e irmãs. A profecia de Miquéias diz que é de Belém que virá aquele que governará Israel. Mas não somente: “Sua origem vem de tempos remotos, desde os dias da eternidade” (Mq 5,1), isto é, Ele é o próprio Deus, eterno, que vem a nós. Ele vem para “apascentar” o rebanho do Senhor. Seu “reino será estável e seu trono será firme para sempre” (2Sm 7,16). Ele vem para promover a paz, pois “ele mesmo será a Paz” (Mq 5,4).

O Evangelho deste 4º domingo do Advento relata a visita de Maria a Isabel (Lc 1,39-45). Por estar gestando Jesus, o Salvador, em seu ventre, Maria compreende-se verdadeiramente serva do Senhor. Diante das necessidades de sua prima Isabel, Maria decidiu ir ao seu encontro, pois entendeu que a hora de a ajudar era aquele momento. Há coisas que não dá para esperar pelo dia de amanhã. Por isso, Maria deixou tudo e foi às pressas à casa de Isabel. Com Deus no coração, ela passou a viver não mais para si, mas colocou-se a serviço. Além disto, o texto não menciona nenhum acompanhante nesta caminhada de Maria. Significa que Deus acompanha quem se coloca a serviço das pessoas e da comunidade.

Ao relatar a viagem de Maria a Isabel, Lucas mostra que o primeiro trabalho missionário foi confiado a uma mulher. Maria foi a primeira missionária, portadora do Evangelho vivo. A mulher, que na tradição israelita tinha pouco valor, tornou-se a primeira a realizar o projeto de Jesus. Desta forma, Maria começa a caminhada missionária da Igreja. Por isso, toda a Igreja, os missionários e missionárias encontram em Maria um modelo de evangelização.

Caros irmãos e irmãs. Maria, grávida, foi ao encontro de Isabel, também grávida. O encontro das duas mães foi também o encontro dos dois meninos em gestação, o Precursor e o Salvador. Num contexto marcado pelo individualismo e pelo anonimato, o Papa Francisco ressalta muito a necessidade de promovermos a “cultura do encontro”. Maria está cheia de Deus. Isabel também. Isabel acolheu Maria “com um grande grito” de alegria e proclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre!” (Lc 1,42). Significa reconhecer Maria como uma mulher abençoada por Deus, “porque o menino que nela está é o Senhor”. Maria é motivo de bênção porque se tornou o lugar privilegiado onde se experimenta Deus. Com esta proclamação, Isabel fez a primeira afirmação central da identidade de Jesus: sendo gestado no ventre de Maria, Jesus é “verdadeiro homem”. Ao mesmo tempo ela exclamou: “Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite?” (Lc 1, 43). Assim, Isabel reconheceu que Jesus é Deus feito homem, como diz o Evangelho de João: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). Tratam-se dos fundamentos essenciais da fé cristã. Por isso, a alegria invadiu a vida não só das mães, mas também dos filhos. A saudação de Maria provocou um sentimento e um clima de profunda alegria na vida de quem visitou e em quem foi visitado.

Em sua última palavra, Isabel proclamou Maria feliz porque acreditou: “Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido” (Lc 1,45). Maria é bem-aventurada porque é mulher de fé. Por isso, não se entende o Natal sem a fé.

O Natal nos diz que Deus, na pessoa de Jesus, nascido em Belém, veio nos visitar e trazer a salvação. O Natal é a celebração da visita de Deus a nós. Sua visita, ao longo da história da salvação, sempre restabeleceu a vida e a dignidade das pessoas, motivo de alegria e festa. Por isso, o Natal é marcado com felicitações e festa. Jesus é o grande presente que Deus deu à humanidade. Deus deu a salvação a todas as pessoas que acolhem Jesus e sua proposta. Por isso, o Natal é, como disse o Anjo aos pastores, motivo de “grande alegria”. Não se entende o Natal sem alegria.

Prezados irmãos e irmãs. O Natal é a festa da alegria, porque somos amados por Deus com a presença de Seu Filho Jesus entre nós. Jesus é a grande bênção de Deus para toda a humanidade. Acolhê-lo é o melhor que podemos fazer, celebrando em comunidade e em família, a festa do Natal do Senhor.

Desejo a todos um bom domingo e antecipo os melhores votos de um Feliz e abençoado Natal!

Dom Adimir Antonio Mazali – Bispo Diocesano de Erexim – RS

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