O Mineirão pulsava, como requer o roteiro de uma boa final. Antes do jogo, as duas torcidas deram um belo exemplo de convivência, chegando lado a lado. Quando a bola rolou, rugiu um coro de mais de 50 mil atleticanos, que gritavam a plenos pulmões para intimidar o Grêmio.
Só que os jogadores de Renato não se abalaram. Estavam preparados, como o próprio técnico havia dito. Tanto que, aos quatro minutos, Pedro Rocha disparou pela esquerda e tocou para Luan, da entrada da área, armar o chute com o pé direito, que passou a centímetros do gol.
À vontade no jogo, o Grêmio tomou para si a posse de bola. Aos 11, Maicon pegou rebote de cruzamento de Ramiro e concluiu por cima. O toque de bola apurado, herança de Roger potencializada por Renato, lembrava o do time treinado por Tite em 2001 — o técnico da Seleção, desta vez, estava nos camarotes.
A imposição logo virou gol. Aos 29, Maicon recebeu na intermediária e teve inteligência para pifar Pedro Rocha. O garoto deu um drible de cinema em Gabriel e ficou cara a cara com Victor. Com frieza, desviou a bola de Victor e saiu para o abraço — em uma jogada em que o time ficou 30 segundos com a bola no pé.
O gol foi um golpe duro para o Atlético. Só o que se ouvia no Mineirão era a torcida gremista. Tanto que o Grêmio quase ampliou aos 35, quando Maicon, mais uma vez, deu belo passe para Luan, que chutou cruzado, com perigo. Depois, Pedro Rocha voltou a aparecer: em outro passe de Maicon, o garoto ingressou livre na área e encobriu Victor. Mas Gabriel surgiu para tirar a bola em cima da linha.