No próximo sábado (15) será comemorado o Dia Nacional da Conservação do Solo, cuja data no Brasil foi instituída pela Lei 7.876, em 13 de novembro de 1989, através do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), com objetivo de aprofundar os debates sobre a importância do solo como um dos fatores básicos da produção agropecuária e a necessidade de seu uso e manejo sustentáveis. Neste sentido, o governo do Estado do Rio Grande do Sul, preocupado com esse recurso natural, através do decreto num 52.751, de 4 de dezembro de 2015, lançou o Programa Estadual de Conservação do Solo e da Água “Conservar Para Produzir Melhor”. O programa tem como finalidade coordenar, incentivar, apoiar e imprimir visibilidade às ações integradas com instituições públicas e privadas, visando a implementação de uma agricultura conservacionista para a melhoria da produtividade, produção e rentabilidade agrícola das cadeias produtivas. O programa está vinculado às secretarias da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e de Educação, sendo executado pela Emater/RS-Ascar.
Segundo o engenheiro agrônomo e assistente técnico regional em Manejo em Recursos Naturais do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Erechim, Cezar da Rosa, através desse programa, a Instituição, juntamente com o grupo gestor da Associação dos Municípios do Alto Uruguai (Amau), vem realizando Campanha de Conservação do Solo e da Água do Alto Uruguai – Conservando o Futuro, que desenvolvem ações em conjunto de conservação do solo na região.
Na região do Alto Uruguai, de acordo com Cezar da Rosa, foram implantadas 32 Unidades de Referencia Tecnológica (URTs) com o intuito de adotar uma agricultura conservacionista com a utilização de tecnologias como análises de solos para correção do pH e fertilidade com a parceria do Laboratório Solo Sul, de São João da Urtiga, rotação de culturas, adoção da técnica de manejo colher/plantar, plantio em nível, incremento de resíduos culturais, uso de obras mecânicas onde é necessário, visando aumentar a capacidade de infiltração de água no solo, reduzir a taxa de erosão hídrica e aumentar o armazenamento de água no solo.
Segundo o engenheiro agrônomo do Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar de Severiano de Almeida, Genuir de Nega, responsável pela coleta de solos nas 32 URTS, que devem ser “padronizadas”, para melhor propor tecnologias em sistemas de manejo e de culturas, em conservação dos solos e na manutenção da produtividade e da renda. De acordo com o agrônomo, desde o ano passado, está sendo realizado um diagnóstico inicial nas condições químicas e físicas dos solos das 32 unidades. A partir deste diagnóstico, segundo ele, que deverá estar pronto até o período de implantação das culturas de inverno, se poderá propor, com maior segurança, cenários de manejo (correção, adubação, manejo e conservação do solo) que mantenham e melhorem as atuais condições destes solos, conforme o caso.
Dentre os objetivos que se pretende alcançar, está a construção da fertilidade no perfil do solo para obter melhor produtividade e diminuir os riscos frente a períodos de escassez de água quando ocorrem pequenas estiagens. “É importante o trabalho nas URTs em cada município porque elas estão próximas da realidade e situação de cada município e de cada agricultor”. As regiões do Alto Uruguai têm diferentes paisagens e, consequentemente, tipos de solos distintos. “Dependendo de cada condição se pode encaixar estratégias mais adequadas em relação ao manejo e conservação do solo, tendo sempre em vista atingir bons rendimentos em harmonia com o meio ambiente”, analisa o agrônomo.