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Com importação vetada, preço do leite deve subir em até 10%

A suspensão das licenças automáticas de importação de lácteos do Uruguai deve provocar mudanças rápidas para o consumidor e lentas para o produtor de leite no Rio Grande do Sul.

O presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, diz que o preço de venda do litro do leite UHT deve subir cerca de 10% sobre a média praticada pelo varejo na segunda semana de outubro, de R$ 2,58, já na semana que vem. “Com oferta menor, teremos de fazer este ajuste”, adianta.

Para a cadeia produtiva, entretanto, o impacto da decisão governamental deve demorar mais tempo. O secretário executivo do Sindilat, Darlan Palharini, diz que a melhor remuneração que a indústria vai receber num primeiro momento apenas reduzirá a margem vermelha, na qual o setor já vem operando. Palharini estima que, de imediato, o que se conseguirá fazer é cessar a tendência de queda do preço do leite pago ao produtor, que em setembro ficou, em média, em R$ 1,02. “A ação do governo é uma novidade para o mercado, mas só vai surtir efeito a longo prazo”, prevê.

O presidente da Fetag e do Instituto Gaúcho do Leite, Carlos Joel da Silva, avalia que a medida do governo é positiva, mas tardia. “Ela chega quando o estrago para o produtor no ano de 2017 já foi feito. Isto deve estancar a perda, mas a melhora de preços deve vir somente quando forem anunciadas as compras governamentais, prometidas pelo ministro (do Desenvolvimento Social) Osmar Terra”, destaca Joel.

A suspensão das licenças de importação, automáticas para todas as empresas habilitadas no sistema de compras externas do governo, se deu por suspeita de triangulação nas operações comerciais do Uruguai, cuja produção seria inferior à soma dos volumes que consome e exporta.

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