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Base Nacional Curricular não apaga com ‘mágica’ as desigualdades na educação, dizem especialistas

Com a aprovação no Conselho Nacional de Educação (CNE), na manhã desta sexta-feira (15), a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) chega agora à última etapa antes de passar a valer: a homologação pelo Ministério da Educação. Ao G1, o presidente do CNE, Eduardo Deschamps, afirmou que o documento aprovado passará por uma revisão final e deve ser encaminhado ao MEC na próxima semana.

Destaques
Ensino religioso ganha diretrizes sobre o que deve ser ensinado do 1º ao 9º ano
Alfabetização foi antecipada e deve ser concluída até o segundo ano
Orientações sobre identidade de gênero devem ser discutidas por comissão especial do CNE
Aprovação por 20 votos a 3 teve polêmicas por regime de urgência e críticas por falta de transparência
Homologação será na quarta (20) e escolas devem adotar até início da 2020
Base não apaga as desigualdades, dizem especialistas
Para especialistas ouvidos,  a Base representa um avanço para a melhoria da qualidade do ensino no Brasil, mas tirá-la do papel vai exigir grandes esforços, principalmente para as escolas e redes que já enfrentam mais dificuldades.

“A escola brasileira é um reflexo da sociedade brasileira. Ela é marcada por profundas desigualdades”, afirmou Alessio Costa Lima, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).
Críticas ao processo de elaboração
Apesar de aprovada por 20 votos a favor e apenas três contrários, a versão da BNCC discutida na fase final do processo de aprovação no CNE foi criticada por diversos segmentos da sociedade. As conselheiras Aurina Oliveira Santa, Márcia Ângela Aguiar e Malvina Tuttman, que na semana passada pediram vista na votação por considerarem que não houve tempo de analisar o documento, votaram contra a sua aprovação.

Entre os pontos que levantaram mais questionamentos estão a antecipação do processo de alfabetização, que apareceu apenas em abril, quase dois anos após o início de elaboração do documento, e o retorno do ensino religioso ao texto, que já havia sido retirado, mas foi reincluído pelo MEC de última hora e acabou ganhando status de “área do conhecimento”, ao lado de linguagens, matemática, ciências humanas e ciências da natureza.

Por causa das mudanças depois do processo de escuta pública e seminários com professores e especialistas nos 26 estados e no Distrito Federal, Daniel Cara, coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação (CNDE), afirmou que um dos desafios que pode fazer com a Base não saia do papel é a resistência dos professores em aplicá-la na sala de aula.

Fonte: G1

Via: Jornalismo Rádio Aratiba

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