A falta de chuva no Rio Grande do Sul provoca prejuízo na produção de grãos. Conforme a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), o impacto maior foi registrado nas plantações de milho, mas safra de soja também foi afetada.
Na Região Norte do Estado, a aparência das lavouras de milho já indica o tamanho do prejuízo: são milhares de hectares de plantas queimadas pelo sol e espigas que não se desenvolveram direito, pela falta de chuvas regulares.
“O mês de dezembro se mostrou com um regime baixo de chuva, o que coincidiu com a fase crítica de florescimento e início da formação dos grãos do milho, então a gente espera uma safra bem abaixo do que foram as anteriores”, lamenta o agricultor Henrique Sagioratto.
A Emater estima que o prejuízo para a cultura já passe dos 20%. Incerto também é o futuro da soja, que já apresenta perdas de 5% na região.
“Se nós tivermos boas chuvas daqui pra frente para a cultura da soja, ainda podemos obter boa produtividade. Agora, tem que coincidir com esse período de 20 de janeiro a 20 de fevereiro”, salienta o engenheiro agrônomo da Emater Cláudio Dóro.
A falta de chuva também preocupa os produtores de outras regiões do Estado. Na Campanha, as plantas que já deveriam ter quase 1 metro nessa fase, estão com pouco mais de 30 centímetros. A Emater estima perdas de 15% na região.
No distrito de Santa Flora, em Santa Maria, na Região Central, as perdas já passam de 20%. São quase dois meses sem chuva e as manchas amarelas revelam que a soja não está se desenvolvendo bem, e os prejuízos são inevitáveis.
“A estimativa é muito difícil de fazer, mas uma lavoura como essa já quebrou 50% da produção”, relata o agricultor Silvio Lorensi, que no ano passado colheu uma média de 60 sacas por hectare, mas nesta safra a produtividade não vai passar de 15 sacas.
E as notícias não são animadoras. Segundo o meteorologista Daniel Caetano Santos, o que os prognósticos apontam é que a estiagem deve continuar, pelo menos durante o verão.
“Em função dessa ausência de chuvas nós teremos menor cobertura de nuvens e isso faz com que as temperaturas, pelo menos no período da tarde, sejam mais elevadas”, indica.