O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (26), ao chegar no fim da tarde à residência oficial do Palácio da Alvorada, que o brasileiro precisa ser “estudado” porque é capaz de pular “no esgoto” sem que nada aconteça com ele.
Bolsonaro deu a declaração ao ser indagado se o Brasil não chegará à situação dos Estados Unidos, que, após um mês, acumula quase 66 mil infectados e mais de mil mortos em razão da pandemia do coronavírus.
Segundo o presidente, muitos brasileiros já foram infectados e adquiriram anticorpos, o que, afirmou, “ajuda a não proliferar isso daí”.
O presidente também afirmou que o brasileiro “tem que aprender a cuidar dele mesmo”, ao ser perguntado se o governo estudava alguma medida para implementar o chamado “isolamento vertical”, pelo qual ficam recolhidas somente os que fazem parte de grupo de risco, como idosos e pessoas com doenças crônicas.
A posição de Bolsonaro contraria orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), que recomenda que as pessoas não saiam de casa, a fim de conter a disseminação do coronavírus.
“O próprio [ministro da Saúde, Luiz Henrique] Mandetta tá convencido disso. Mas a quarentena vertical tem que começar pela própria família. O brasileiro tem que aprender a cuidar dele mesmo, pô”, afirmou.
Segundo Bolsonaro, o governo estuda utilizar hotéis ociosos para acolher os idosos no modelo de isolamento vertical.
“Pode ser a partir de amanhã [sexta, 27]. Muita coisa está sendo estudada, conversada”, respondeu o presidente ao ser questionado se a proposta poderia ser colocada em prática de imediato.
Na mesma entrevista, o presidente foi questionado sobre os dois testes de coronavírus aos quais se submeteu. Bolsonaro afirmou que ambos resultaram negativo, mas não ele não quis divulgar os exames.
“Para que você quer saber? Dorme comigo? Minha palavra vale mais que um pedaço de papel”, respondeu.
Ele disse que o auxílio mensal a ser destinado aos trabalhadores informais durante a crise do coronavírus poderá chegar a R$ 600. O governo anunciou R$ 200, cogitou R$ 300 e, nesta quinta, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a Câmara poderá aprovar R$ 500 porque “a proposta do governo é muito pequena’.
“Está em 500, pode subir para 600. Vê lá com o Guedes”, em referência ao ministro da Economia, Paulo Guedes.