O governo gaúcho deu mais um passo, nesta sexta-feira, a fim de estreitar a possibilidade de retomar as atividades de forma presencial em creches e pré-escolas a partir de 31 de agosto. Por meio de videoconferência, integrantes do primeiro escalão debateram com o Ministério Público e Tribunal de Contas a viabilidade de que crianças de zero a quatro anos voltem a receber o atendimento. O secretário estadual da Educação, Faisal Karam, apresentou o plano do calendário escolar aos órgãos fiscalizadores. Na próxima quarta-feira, o Executivo se reúne com a Famurs para tratar da mesma alternativa.
Caso a ideia ganhe corpo, cinco mil professores sem histórico de comorbidades serão chamados para voltarem às salas de aula. O estado já empregou R$ 270 milhões para a aquisição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Além das aulas em si, outro ponto nevrálgico envolve questões como a utilização de refeitórios e o transporte escolar.
O governador Eduardo Leite frisou que o calendário de retomada depende de uma série de fatores como indicadores sanitários e convergência política entre prefeitos, especialistas, pais e entidades. “Não arriscaremos um retorno precipitado”, explicou. De acordo com o governador, a ideia é que a retomada sirva como alternativa para pais que já foram chamados a voltar ao trabalho e não dispõem de condições para deixarem os filhos em casa.
Além disso, o Palácio Piratini adverte para a migração em massa de alunos da rede privada para as escolas públicas, em função da crise econômica provocados pelo novo coronavírus. Mais de 14 mil estudantes já deixaram os colégios particulares para se matricularem na rede pública. Leite alertou que transferência massiva pode ocasionar um “colapso” no sistema educacional.
Em meio à enxurra de incertezas provocadas pela pandemia, o secretário estadual da Educação, Faisal Karam, entende que o cenário ideal é manter o “sistema remoto” na rede de ensino, “se todos convergirem”. “Não tenho dúvida, mas isso envolve muitas questões e setores complexos”, destacou. Desde o fim de março, as atividades presenciais foram suspensas em função da expansão do contágio. As aulas na rede estadual voltaram de forma remota em início de junho.
Karam salienta ainda que a resistência, por parte de alguns prefeitos, em adotarem definitivamente as aulas em modo virtual neste ano começou a diminuir em função das dúvidas ocasionadas pela pandemia.