Os números da pandemia não são muito alentadores nesta véspera de chegada do verão. Para o turista gaúcho que pretende ir para as praias catarinenses, extrema cautela é recomendada para não disseminar o vírus e não se colocar em risco desnecessário.
No momento, autoridades lidam com uma piora nos índices de transmissão de coronavírus em quase todo o país. O Rio Grande do Sul vê um aumento no número de óbitos por covid-19 e Santa Catarina enfrenta um aumento na incidência dos casos.
A resposta a esse cenário é que grande parte municípios do Estado vizinho estão com protocolos mais restritos de uso da praia para tentar diminuir as aglomerações à beira-mar. A proibição do uso de cadeiras e barracas na faixa de areia e a liberação somente de exercícios individuais – com máscara – na areia, por exemplo, são algumas das regras que compõem esse pacote de protocolos. As regras podem ser arrefecidas caso o quadro pandêmico se abrande, entretanto, esse é cenário atual.
Tais medidas são fruto de um panorama delicado que Santa Catarina vive. Há sete semanas, o estado vizinho vem em uma crescente no número de casos confirmados de coronavírus. Na última quarta-feira (25), a Secretaria de Estado da Saúde (SES) divulgou que foram registrados 4.933 novos casos de covid-19 na região.
Além disso, a localidade contabilizou, ao todo, 3.561 vidas perdidas para a doença. Outro dado preocupante são as 25.092 pessoas – atuais – infectadas pelo vírus. O cenário colocou em alerta as autoridades, que temem a sobrecarga do sistema de saúde, que já conta com 84,4% dos leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) ocupados.
Por isso, quem quiser colocar o pé na estrada e cruzar o Rio Mampituba precisará estar disposto a fazer um planejamento a curto prazo. Santa Catarina também adota um sistema semelhante ao de bandeiras no Rio Grande do Sul e as atualização ocorrem semanalmente.
De acordo com a última matriz de risco, divulgada na quarta-feira (25), das 16 regiões do mapa catarinense, 13 foram classificadas com a cor vermelha — risco gravíssimo de contaminação. As outras três áreas estão assinaladas com coloração laranja — risco grave de contágio. O número de áreas com alerta máximo para a pandemia subiu de três para 13 em apenas uma semana.
Para Maria Cristina Willemann, especialista em epidemiologia do Centro do Operações de Emergência em Saúde de SC, muitos fatores colaboram para essa guinada no número de casos de positivados, já que a percepção de risco para a doença caiu muito entre a população em geral.
— A situação pandêmica de Santa Catarina é bem crítica. Temos registrado um número elevado de novos casos e de mortes diariamente, e a expectativa é de crescimento desses dados. Os feriados de outubro e novembro, somados às eleições, impactaram muito na nossa curva epidemiológica. Dentro deste caldeirão, temos ainda as restrições serem pouco efetivas e desrespeitadas, as pessoas deixando de lado os cuidados básicos, como a higiene das mãos. A situação não é confortável — ressalta.