O Ministério da Saúde informou nesta quarta-feira (21) que espera concluir a vacinação contra a Covid-19 das mais de 77 milhões de pessoas dos grupos prioritários em setembro. A estimativa do governo federal é que todas as pessoas que se encaixam nos critérios recebam a primeira dose até a 1ª quinzena de julho.
Apesar da previsão, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que ainda não irá divulgar uma nova atualização do cronograma de entregas de vacinas aos estados. O tema é alvo de cobrança do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na mais recente atualização do documento, feita em 19 de março, ainda constam a entrega de vacinas que não foram nem mesmo autorizadas para uso no Brasil, além de divergências como a previsão de entregas da Fiocruz. Para abril, o ministério da Saúde prevê 21 milhões de doses, mas a Fiocruz promete entregar 18 milhões.
“(O cronograma) será atualizado dentro do prazo estabelecido”, disse Queiroga após ser perguntado sobre quando o documento seria atualizado. Na terça-feira, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, deu prazo de cinco dias para o governo federal se manifestar em uma ação movida pela Rede Sustentabilidade que cobra a divulgação detalhada do cronograma de recebimento de vacinas.
Falha na previsão de Pazuello
A nova data marca mais um revés na previsão feita pelo ex-ministro Pazuello. Em março, antes de deixar a pasta, o ministro anunciou que era provável o fim da vacinação dos grupos prioritários em maio.
“Nós vamos vacinar, até o final de abril próximo de 88% dos grupos prioritários. É muito provável que em maio já tenhamos vacinado todos os grupos prioritários”, disse Pazuello. De acordo com os dados mais recentes, 27 milhões de pessoas tomaram ao menos uma dose da vacina.
Queiroga foi perguntado sobre a falha na previsão de Pazuello e citou a conjuntura internacional como justificativa. O atual ministro também citou a demora na entrega de doses do consórcio Covax Facility, liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Não ter atingido a meta dos 78 milhões se deve a esses aspectos, se deve aos aspectos regulatórios. O Ministério da Saúde não vai colocar vacinas que não foram aprovadas pela Anvisa”, disse Queiroga.
‘Só problema’
Durante a apresentação, o ministro disse que está em negociação com a Pfizer para uma compra de 100 milhões de doses para 2022. Ele foi questionado quais outras opções concretas o Brasil tem para acelerar a entrega de doses ainda neste ano, já que há gargalos na vacinação e até mesmo cidades com a campanha paralisada por falta de doses.