O mês de dezembro marca o começo do chamado verão climático que compreende o trimestre de dezembro a fevereiro, assim como o início do verão astronômico que terá início em 2023 à 0h27 do dia 22 de dezembro.
É um mês importante para o comércio que, pelo período de festas, tem uma alta nas suas venda. Trata-se de um período do ano importante no turismo pelas viagens de fim de ano e ainda na agricultura que avança com a safra de verão.
O mês, historicamente, marca um aumento expressivo no número de dias de calor no Sul do Brasil e da frequência de chuva com incremento de volumes no Sudeste e no Centro-Oeste do Brasil à medida que começa a estação chuvosa nos estados do Centro do país.
Em Porto Alegre, por exemplo, a máxima média histórica de dezembro é de 30,0ºC, somente atrás das médias máximas de janeiro (31,0ºC) e de fevereiro (30,5ºC). Já na cidade de São Paulo, com base nas normais 1991-2020 da estação de Mirante de Santana, a média máxima de dezembro é de 28,3ºC, a terceira mais alta entre todos os meses do ano, atrás de janeiro (28,6ºC) e fevereiro (29,0ºC).
A maior parte do Sul do Brasil na climatologia não tem radical variação chuva durante o ano, mas no Centro-Oeste e o Sudeste do Brasil há uma estação seca que tem seu auge no inverno e a chuvosa que se dá nos meses quentes do ano. Por isso, chove muito mais em dezembro que em meses da metade do ano.
Porto Alegre tem média de precipitação em dezembro de 112,1 mm enquanto em agosto é de 120,1 mm. Na cidade de São Paulo, a chuva em dezembro tem média de 231,1 mm, a terceira mais alta média de precipitação mensal, apenas superada pela de janeiro (292,1 mm) e fevereiro (257,7 mm). Como comparação, em agosto a média é de apenas 32,3 mm na capital paulista O mesmo ocorre na cidade de Belo Horizonte com 339,1 mm em dezembro (maior média entre todos os meses do ano na capital mineira) e somente 10m,6 mm em agosto. A chuva é mais abundante nesta época do ano no Sudeste e no Centro-Oeste do Brasil por uma condição chamada de Zona de Convergência do Atlântico Sul, um corredor de umidade que vem da Amazônia e vai até o Sudeste que persiste por vários dias com chuva frequente e volumosa, geralmente desencadeado por uma frente fria.
No Sul, ao contrário, embora frentes frias que trazem chuva não deixem de atuar, os sistemas se tornam menos frequentes e costumam passar mais pelo oceano. A mudança principal que se dá no mês é o aumento da incidência de pancadas de chuva localizadas associadas ao calor e umidade, em regra da tarde para a noite e às vezes com temporais, o que gera irregularidade e variabilidade de volumes maiores que nos meses de inverno, quando a chuva tende a ser melhor distribuída.
CHUVA EM DEZEMBRO
O sinal da chuva seguirá acima da média neste mês de dezembro em muitas áreas do Sul do Brasil com risco de excessos em parte da região. No Rio Grande do Sul, os mais altos volumes devem se dar nas metades Norte e Oeste enquanto mais ao Sul do estado a precipitação pode ficar abaixo ou perto da média. Santa Catarina e o Paraná devem continuar com chuva perto e acima da média em grande parte dos municípios dos dois estados. No Paraná, pela maior proximidade com o Centro-Oeste e o Sudeste que ingressam na estação chuvosa, as precipitações são mais abundantes e alguns pontos podem ter até 300 mm a 400 mm no mês. Os mapas abaixo mostram as projeções de chuva semana a semana para dezembro, de acordo com o modelo de clima do Centro Meteorológico Europeu (ECMWF), em que se observa a tendência de chuva acima da média em vários pontos mais ao Sul do Brasil no mês.
TEMPERATURA EM DEZEMBRO
Dezembro será outro mês de temperatura acima da média em grande parte do Centro-Sul do país com marcas superiores à climatologia histórica na grande maioria dos locais do Centro-Oeste e do Sudoeste do Brasil, projeta a MetSul Meteorologia.
Mais ao Sul do Brasil, repetindo o que ocorreu em novembro, temperatura perto da climatologia histórica e em algumas cidades até abaixo no Rio Grande do Sul. Não vai deixar de fazer calor em dezembro no estado gaúcho e alguns dias devem, inclusive, ser muito quentes, mas o calorão não predominará. Haverá dias, sobretudo na primeira metade do mês, com marcas agradáveis por uma alta e atípica frequência de pulsos de ar frio passando pela Argentina.