Os brasileiros movimentaram R$ 26,455 trilhões em transferências feitas via Pix ao longo de 2024, segundo dados do Banco Central (BC). O montante recorde representa uma alta de 54% ante o valor movimentado no ano anterior, de R$ 17 trilhões. Ao longo do ano passado, foram realizadas 63,51 bilhões de operações utilizando a ferramenta de pagamento, 52,4% a mais do que em 2023.
Neste ano, porém, o Pix registrou a maior queda de fluxo no período de janeiro, desde o início de sua operação em 2020. Levantamento comparou o total de operações realizadas via Pix no período de 1 a 14 de janeiro ao intervalo de 1 a 14 de dezembro desde o início da série histórica. Neste ano foi registrado um recuo de 15,3% nas transações.
A baixa se deu em meio à circulação de notícias falsas sobre taxações do Pix. O BC, porém, avalia que o recuo é normal para o início do ano, e que não teria relação com a onda de fake news sobre o modelo de transação bancária. Efetivamente, nada mudaria na vida do contribuinte. Ainda assim, regras de fiscalização da Receita Federal que passariam a vigorar neste ano entraram no radar do interesse público.
O Fisco iria ampliar o seu monitoramento sobre determinadas transações financeiras. Instituições como operadoras de cartão, instituições de pagamento – plataformas e aplicativos – bancos virtuais e, inclusive, varejistas de grande porte que ofereçam programas de pagamento passariam a ter de prestar contas com o leão.
Caso as novas regras seguissem em vigor, essas instituições teriam de enviar ao fisco dados sobre os responsáveis por:
– Transações que totalizem R$ 5 mil ou mais no mês, realizadas por pessoas físicas;
– Transações que totalizem R$ 15 mil ou mais no mês, feitas por pessoas jurídicas, as empresas.
Porém, nesta quarta-feira (15), a Receita informou que o ato referente às novas regras será revogado. A decisão foi tomada por conta da forte repercussão de notícias falsas sobre o assunto.
Com a ampla circulação do assunto, notícias enganosas começaram a ser confundidas com os fatos. A principal delas era de que supostamente a nova regra iria implicar em uma nova taxação às transferências realizadas via Pix. Segundo o Fisco, criminosos se aproveitaram dessas notícias falsas para realizar cobranças indevidas, utilizando da imagem do órgão.