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Férias podem render um presente ingrato: até 4 quilos a mais na balança

Férias é um momento esperado o ano todo. Hora da diversão, do prazer, de aliviar o stress e fazer tudo o que temos vontade e que não podemos ou conseguimos ao longo do ano inteiro. E, afinal, o que fazemos para nos divertir? Quando é possível, viajamos, vamos em restaurantes, cinema, dormimos mais, assistimos mais televisão, descansamos mais. Atividades que a nossa rotina normal não nos permite por conta do trabalho, stress, trânsito, etc.

Porém, as férias acabam e voltamos à rotina com um novo problema: o peso extra adquirido no período de folga! De acordo com o professor e coach de educação física, Cristiano Parente, 80% das pessoas, quando retornam das férias, principalmente neste período de festas de final de ano, afirmam ter ganho uns quilos a mais. Em geral, relatam ganhos de 3 a 4 quilos. Um verdadeiro “presente ingrato”.

Até aí nenhum problema. Isso porque uma pesquisa recente constatou que, em média, o ganho de peso das pessoas nesse período pós-férias é algo entre 1 e 2 quilos. Ou seja, metade do que as pessoas imaginam. “Mas apesar de a maioria das pessoas ganhar praticamente metade do imaginado, o ganho real de peso e gordura que as pessoas têm durante as férias pode ser difícil de ser revertido, principalmente a partir dos 30 anos, quando muitas pessoas aumentam o peso anualmente, acumulando cerca de um quilo por ano. Se formos pensar em 10 anos, são 10 quilos a mais de peso. 20 anos, 20 quilos! Uma pessoa que entra nesse ritmo aos 30 anos de idade, vai chegar aos 50 (ainda jovem) com 20 quilos a mais”, pontua!

Parente destaca que o peso em si não é todo o problema. “Os impactos acontecem em diversos parâmetros de saúde e de qualidade de vida. Problemas cardiovasculares, hormonais, ósseos, neurológicos, etc. Que vêm todos como brinde do “presentinho” que você começou a ganhar de forma parcelada (ano a ano) nessas férias de agora”, explica.

Ele ressalta ainda que, analisando todo o contexto, muita coisa faz sentido. “Começando pelas causas. Nas nossas férias, quando dormimos mais horas, gastamos menos energia do que quando estamos na rotina normal e estamos acordados. Quando comemos mais “alimentos gostosos” como a pipoca do cinema, ou a churrascaria que vamos nas férias, ingerimos muito mais calorias. Ou seja, temos um aumento da ingestão de calorias e uma diminuição do gasto de energia, gerando um grande excesso de calorias em nosso corpo, que vão ser armazenadas em forma de gordura. Quando pensamos nas consequências, observamos que a grande maioria dos casos de problemas cardiovasculares acontece com pessoas entre 40 e 50 anos, ou seja, exatamente no meio de todo esse processo”, pondera.

O educador afirma ainda que a ciência expõe de maneira clara e objetiva os efeitos do “seu presentinho” de férias. “Agora, cabe a cada um reverter esse quadro ou não. Você pode tomar as decisões sobre sua vida e sua saúde, pois, afinal, a vida é sua e quem vai pagar essa conta é você mesmo. Vale a pena investir em algumas atividades de lazer, que sejam divertidas, claro, mas que também gastem mais energia durante as férias, para compensar as horas a mais de sono e de sofá e também as calorias extras ingeridas. Como, por exemplo, andar de bicicleta no parque ou com seus filhos, jogar frescobol, caminhar até a ponta da praia no litoral, ir na piscina e, ao invés de só tomar sol, nadar um pouquinho, ou até mesmo fazer uma caminhada aquática para você que não sabe nadar. Na outra ponta, talvez controlar um pouquinho as quantidades de “comidas gostosas”. Em uma ida ao cinema, por exemplo, você pode optar por uma pipoca pequena e um refrigerante sem calorias em vez do balde de pipoca “grande mega plus” mais o refrigerante normal cheio de açúcar e calorias. Nunca é tarde para mudar velhos e perigosos hábitos” sugere.

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