Um levantamento sobre segurança pública feito pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) aponta que 60% dos municípios do estado têm menos de dois policiais militares por turno de trabalho. Uma reunião entre prefeitos de cidades gaúchas foi realizada nesta quarta-feira (6) em Porto Alegre para tratar da falta de policiamento.
“Vivemos hoje uma realidade muito cruel”, lamenta o presidente da entidade, Luis Carlos Folador. “Temos de reorganizar, e também atender as pequenas cidades. Temos problema sério que é o abigeato nas fronteiras agrícolas”, acrescenta.
O subcomandante-geral da Brigada Militar, Andreis Silvio Dal’Lago, diz que os policiais fazem patrulhas em outras cidades para atenuar o problema. “Temos um grande número de municípios com dois ou três [policiais]. Há municípios com apenas um policial que atende aquela comunidade. Por isso usamos a patrulha intermunicipal. Somamos forças com os municípios vizinhos para melhor atender aquelas comunidades”.
A Secretaria de Segurança informou que está implantando um sistema integrado entre as centrais de monitoramento dos municípios e a Brigada Militar. Em Canoas, na Região Metropolitana, PMs aposentados operam as câmeras e repassam para a polícia informações de crimes em andamento.
O secretário municipal de Segurança, Alberto Kopittke, afirma que a iniciativa resultou na redução no número de homicídios. “Isso dá uma redução de 35 mortes só nesses primeiros seis meses, comparados com os primeiros seis meses de 2009”, diz.
O secretario de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, defende mais investimentos públicos nas comunidades carentes. “Será que não há uma possibilidade de fazer um cidadão melhor? Agora jogar tudo para a polícia, não acho correto. Acho que está na hora de inverter esse paradigma”, disse.