O período de colheita dos pomares de pêssego com as cultivares destinadas para mesa e para indústria segue na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Pelotas. Ocorre a colheita nas cultivares tipo indústria, como Sensação, Bonão e Citrino. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (24) pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), a falta de precipitações mais volumosas para manter a boa umidade nos solos dos pomares já é motivo de preocupação entre os produtores rurais, o que pode ocasionar redução no tamanho dos frutos, consequentemente impactando o preço final aos produtores.
Estes relatam que a frutificação está abaixo do esperado inicialmente; algumas plantas apresentam boa frutificação, e muitas outras estão com pouca quantidade de frutos ou nenhum. Além disso, os produtores informam que uma quantidade significativa teve aumento considerável da morte precoce de plantas de pessegueiros nos pomares. Já é consenso de que as expectativas para a safra 2022/2023 serão de baixas produtividades dos pomares, resultando em safra inferior à safra passada 2021/2022.
Os persicultores seguem realizando os tratamentos preventivos com fungicidas para o manejo e controle das doenças podridão-parda e antracnose. Em Pelotas, acontecerá mais uma edição da tradicional festa e abertura da colheita do pêssego no dia 4 de dezembro, assim como a repetição da Quinzena do Pêssego, a partir desta sexta-feira (25) até o dia 12 de dezembro, e o lançamento da Festa do Pêssego também nesta sexta (25).
Culturas de inverno
Trigo – A área de cultivo do cereal alcançou 1.458.026 hectares. A produtividade estimada é de 3.210 kg/ha. O período foi de intensa atividade de colheita. O índice evoluiu de 52%, na semana anterior, para 78%.
A produtividade é variável de acordo com a região, mas deverá ser superior à projetada. Esses resultados estão relacionados diretamente às condições de tempo favoráveis durante o ciclo, especialmente nos meses de outubro e novembro, quando as precipitações registradas foram abaixo das médias normais, e sem ocorrência de frio excessivo. Tal cenário dificultou a proliferação de doenças e permitiu a finalização da maturação em condições fitossanitárias adequadas. Também, a colheita pôde ser realizada em condições ótimas para a manutenção da qualidade dos grãos.
Canola – A área de cultivo é de 53.415 hectares. A expectativa de produtividade atual é de 1.638 kg/ha. Estima-se que 96% das lavouras foram colhidas, mas a operação já foi finalizada na maioria das regiões produtoras. A combinação de baixo custo de produção, alta produtividade, valor de mercado e liquidez imediata conferiram grande lucratividade à cultura. Assim, o cultivo se mostra promissor para as safras subsequentes, pois foi economicamente viável e permitiu a realização de rotação de culturas, quebrando a sequência de cultivos do binômio soja/trigo.
Cevada – Estima-se que 85% dos cultivos foram colhidos. A área de cultivo é de 37.500 hectares. A produtividade atual é de 3.237 kg/ha.
Aveia branca grãos – Houve avanço significativo da colheita, que alcançou 86% dos cultivos. As lavouras remanescentes estão em final de maturação. A área de cultivo é de 350.641 hectares. A produtividade estimada é de 2.478 kg/ha.
Culturas de verão
Soja – A área projetada para a safra 2022/2023 é de 6.568.607 hectares. A produtividade estimada é de 3.131 kg/ha. A semeadura avançou em ritmo acelerado, dobrando a área implantada durante o período. O índice de semeadura alcançou 60%. As lavouras semeadas antes do dia 12 de novembro apresentam germinação uniforme e estande de plantas dentro do esperado. As plantas apresentam ainda um desenvolvimento mais rápido, emitindo folhas maiores e comprimento do hipocótilo normal. Apesar das altas temperaturas e da baixa umidade do ar, não foram observados danos na cultura.
Milho – A cultura está em implantação lenta devido à atenção dos produtores para a colheita de cereais de inverno e para a semeadura de soja. A área semeada evoluiu apenas 2%, alcançando 82%.
As condições de tempo, inicialmente com precipitações e em sucessão de dias ensolarados e com temperaturas altas, aceleraram o crescimento das lavouras. No entanto, com a insuficiência nos volumes precipitados em algumas regiões, já houve sinais de estresse térmico e hídrico, mas ainda sem causar impacto negativo no potencial produtivo da cultura.
A fitossanidade dos cultivos é excelente com baixa incidência de cigarrinhas e poucos sintomas de doenças foliares. A área estimada de cultivo para a safra 2022/2023 é de 831.786 hectares. A produtividade esperada é de 7.337 kg/ha.
Arroz – A área estimada de arroz pelo IRGA é de 862.498 hectares. A produtividade projetada é de 8.226 kg/ha. Estima-se que 96% da cultura foi implantada.
Feijão 1ª safra – A área projetada de feijão 1ª safra é de 30.561 hectares. A produtividade estimada permanece em 1.701 kg/ha.
Olerícolas
Batata – Na regional de Passo Fundo, em Ibiraiaras, os 650 hectares cultivados apresentam bom desenvolvimento de tubérculos; os produtores continuam o monitoramento e os tratamentos fitossanitários preventivos. Os preços pagos ao produtor são de R$ 150,00/sc. de 50 quilos para a variedade rosa e R$ 130,00/sc. da variedade branca.
Cebola – Na regional de Pelotas, avançou a colheita de cebolas precoces, em São José do Norte, para 35% da área e, em Rio Grande, para 20%. Tais cebolas não passam pelo procedimento completo de cura a campo. As demais cultivares estão em plena fase de bulbificação, e as cultivares tardias em desenvolvimento vegetativo. Os produtores seguem otimistas com os ótimos preços que estão sendo partidos, os valores pagos ao produtor variam de R$ 3,00 a R$ 5,50/kg. No entanto, há o risco de que a elevação excessiva dos preços possa impactar a redução do consumo de cebola em âmbito nacional. Até o momento, é considerado muito bom o desenvolvimento das plantas de cebola, e as produtividades que estão sendo obtidas estão dentro do esperado, considerando a precocidade das cultivares, atingindo tetos que variam entre 25 mil a 30 mil kg/ha. A área plantada ficou em 2.492 hectares, com estimativas de colheita de 69.360 toneladas.
Pesca artesanal
Na regional da Emater/RS-Ascar de Pelotas, a bacia da Lagoa Mirim segue em período de defeso, enquanto que, na bacia da Lagoa dos Patos, o período é marcado pela captura, principalmente de linguado e tainha, além do registro da ocorrência de palometas. Em Rio Grande, não há alterações significativas na captura de tainha e corvina. Em São Lourenço do Sul, houve novamente registro de pesca de tainha, linguado e corvina.
Na regional de Porto Alegre, o mar apresentou condições favoráveis à pesca artesanal nas modalidades cabo e bote, permitindo boas capturas, principalmente de pescadinha, pescada-amarela, papa-terra, corvina, tainha e anchova. Houve registro também de boas capturas de bagre no estuário do Rio Tramandaí para os pescadores que participam do Projeto de Monitoramento Pesqueiro do Estuário do Rio Tramandaí (e que recebem autorização para captura destas espécies). Em águas interiores, a atividade pesqueira começa a ser suspensa por causa do período de defeso, no qual há a paralisação temporária da pesca como medida protetiva à reprodução das espécies de peixes.
Na regional de Santa Rosa, o Rio Uruguai segue em período de defeso.