Nesta segunda-feira (12), quando Dom Adimir completava um ano do início de seu ministério episcopal na Diocese de Erexim, ele e a maioria dos padres da Diocese participaram de encontro de formação de forma virtual sobre os caminhos da Igreja após a pandemia, com assessoria de Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, Reitor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação Social da CNBB.
O encontro foi conduzido pelo Pe. Maicon Malacarne, Pároco da Paróquia N. Sra. Aparecida, Bairro Bela Vista, Erechim, que até o início deste ano era o Coordenador Diocesano da Ação Evangelizadora e tinha encaminhado o curso anual de formação permanente do presbitério, ordinariamente de três dias. Por causa da pandemia, o do ano passado foi cancelado. O deste ano ficou em uma noite.
Pe. Jean Demboski, Pároco da Paróquia N. Sra. do Monte Claro, de Áurea, motivou a oração inicial. Dom Adimir, em sua palavra de abertura, referiu-se ao seu primeiro ano como bispo da Diocese e a necessidade de se ir pensando como retomar as atividades ordinárias no pós-pandemia.
O assessor desenvolveu a reflexão intitulada “um projeto de vida eclesioexistencial”.
No primeiro tópico da exposição ressaltou a identidade e a missa da Igreja, a evangelização. Ela existe unicamente para anunciar a todos os povos o Evangelho, a Boa Nova da Salvação. E deve fazê-lo sempre com renovado ardor, com o testemunho de vida. Observou que se vive um tempo de cansaço e citou passagens de documentos do Papa Francisco a respeito da alegria de anunciar a salvação em Cristo.
Depois, Dom Joaquim referiu-se aos que não querem mudar os rumos da Igreja. Há um grupo, não muito grande, mas bem determinado de leigos, padres bispos e até cardeais que querem que tudo continue como está ou se retorne a práticas antigas. Acentuou o mal do clericalismo e a necessidade de se superar a mera pastoral de manutenção. Em contraposição, destacou o assessor, há os que realmente querem mudar os rumos da Igreja e que buscam a essência do cristianismo, desejando uma Igreja mais espiritual, que vá “direto ao ponto”, uma Igreja mais pneumática (dócil ao Espirito Santo), uma Igreja mais contemplativa, uma Igreja querigmática, catequética. Usou a imagem de “soprar as brasas”, acender luzes, pois amar a Igreja é fazê-la arder. Enfatizou igualmente a beleza de se buscar uma Igreja misericordiosa, com rosto de mãe, pois o nome de Deus é misericórdia. E isto com incidência em toda organização social, trabalhando pela economia de Francisco e Clara, como propõe o Papa Francisco. Igreja misericordiosa que se compromete com a justiça, que pratica e propõe a hospitalidade, integrando os excluídos. Na parte final de sua exposição, Dom Joaquim acentuou a necessidade da retomada do projeto de Jesus, de se construir uma Igreja a caminho de um novo jeito de relacionamento com Jesus, de se testemunhar a esperança, que tem duas dimensões, a indignação e a coragem de mudar. A propósito, citou o Cardeal Martini, Arcebispo de Milão, falecido há pouco tempo, para o qual a Igreja está atrasada 200 anos. Amar esta Igreja é fazê-la retomar o impulso evangelizador.
Dados biográficos de Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães
Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães nasceu em 6 de janeiro de 1960, em Ponte Nova, Minas Gerais, numa família católica.
Fez o noviciado na Congregação Salesiana, em 1979, em Barbacena, culminando com a profissão religiosa em janeiro de 1980. Licenciado em Filosofia e Bacharel em Teologia pela PUC Minas, foi ordenado diácono dia 5 de dezembro de 1987, por Dom João Resende Costa, SDB, na Paróquia Cristo Luz dos Povos, em Belo Horizonte; e presbítero no dia 16 de julho de 1988, por Dom Irineu Danelon, SDB, em Ponte Nova. Destinado a Jaciguá, Diocese de Cachoeiro do Itapemirim, Espírito Santo aonde foi Vigário Paroquial da Paróquia São João Batista e depois, Pároco, em 1989. Em 1990, voltou a Belo Horizonte para retomar os estudos, de 1990 a 1992, morando e trabalhando pastoralmente na Paróquia Cristo Luz dos Povos, da Inspetoria São João Bosco, fez o mestrado em Teologia no Centro de Estudos Superiores da Companhia de Jesus, com a tese “O Individualismo cultural e a vivência da fé cristã”.
Nesta mesma época incardinou-se na Arquidiocese de Belo Horizonte, quando tornou-se Administrador Paroquial e depois Pároco da Paróquia Santa Maria Mãe de Deus. A partir de 1992 iniciou o magistério no Ensino Superior de graduação e pós-graduação. Lecionou diversas disciplinas de teologia sistemática e teologia pastoral. Foi coordenador do curso de Teologia e professor no ISTA (Instituto Santo Tomás de Aquino), centro de formação dos religiosos em Belo Horizonte, no IMACH (Instituto de Ciências Humanas Marista), no CEFAP (Centro de Formação de Agentes de Pastoral de Belo Horizonte) e no IFT (Instituto de Filosofia e Teologia) da PUC Minas (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais), onde presidiu o NET (Núcleo de Estudos Avançados em Teologia), o ISPAL (Instituto Superior de Pastoral) e foi editor da Revista Horizonte.
Prestou assessorias a Congregações Religiosas e Dioceses em assembleias e cursos. Assessorou a CNBB Nacional, o Grupo de Reflexão Bíblico-Catequética e o Instituto de Pastoral Catequética do Regional Leste II da CNBB.
Foi nomeado bispo auxiliar de Belo Horizonte no dia 11 de fevereiro de 2006 e ordenado bispo no dia 25 de março de 2006, na Capital Mineira. Presidiu a Comissão Episcopal Pastoral para a Educação e Cultura da CNBB Nacional, foi membro do CONSEP e do Conselho Permanente da CNBB, além de fazer parte da Diretoria das edições da CNBB e presidir a Comissão para a Reforma Política pela CNBB e o Projeto Pensando o Brasil. É sócio da SOTER – Sociedade de Teologia e Ciências da Religião do Brasil. Atualmente preside a Comissão Episcopal para Comunicação da CNBB.
Ministério na Arquidiocese de Belo Horizonte
Atualmente, dom Joaquim Mol acompanha as Instituições Vinculadas à Arquidiocese de Belo Horizonte: SMC (Sociedade Mineira de Cultura), CSM (Colégio Santa Maria Minas); FCJP-II (Fundação Cultural João Paulo II), TV Horizonte, Rádio América, Rádio Cultura e a FUMARC (Fundação Mariana Resende Costa). Coordena o CGP (Comitê de Gestão da Presidência), cuja finalidade é orientar, elaborar metas e orçamentos e acompanhar suas execuções, indicar soluções. Acompanha e orienta a Assessoria Jurídica e a Auditoria Interna Corporativas. É Reitor da PUC Minas.
É Bispo referencial para a RENSE (Região Episcopal Nossa Senhora da Esperança). Foi Vigário para a Comunicação e Cultura e hoje acompanha o VEEC (Vicariato Episcopal para Educação e Comunicação). Assessora a Catequese na Arquidiocese e acompanha a Comissão Arquidiocesana de Catequese.
Foi eleito presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no dia 9 de maio de 2019, durante a 57ª Assembleia Geral dos Bispos, para o quadriênio 2019-2023.
Brasão Episcopal
O vermelho no campo inferior do brasão lembra o fogo (Espírito) e o sangue (Martírio), para caracterizar o ministério episcopal com ousadia e vigor na evangelização, na profecia e na oblação da vida, especialmente pelos pobres, feridos e pequeninos de Deus.
Nesse campo, encontramos três elementos delineando um triângulo em movimento: na base estão as duas fontes da vida da Igreja e do ministério do bispo, a Palavra de Deus e a Liturgia, sobretudo a Eucaristia, convergindo ao vértice, ao centro, que é a essência da vida cristã, o amor, cuja expressão maior é a cruz.
O campo superior é azul; indica a serenidade e a ternura assumidas nas atitudes do bispo, que se vai esmaecendo quando se aproxima da Luz, que é Deus, tudo em todos. A estrela evoca a presença singular da primeira discípula de Jesus, Maria de Nazaré, Santa Maria.
Os dois campos são unidos por uma mesma linha, que forma as montanhas, alusão a Minas Gerais e a cidade com a periferia, formando o cenário-vital para o encontro pessoal e comunitário com o Senhor, para a experiência de Deus no mundo contemporâneo.
Atrás se encontra o báculo, símbolo do serviço pastoral e do cuidado com o povo de Deus. Arqueado para a direita, o cajado sinaliza a procura e a ida ao encontro das pessoas, sobretudo das que mais precisam de acolhimento. A cor prata representa, ao mesmo tempo, humildade e eloquência, importantes para o dialogo em meio ao pluralismo.
Em cima, o chapéu prelatício com abas largas, reverência diante de Deus, lembra o chamado à santidade e o testemunho do bispo. Seis nós contornam o brasão de verde, símbolo de esperança e liberdade.
Embaixo, na base, o lema “Porque Deus é Amor”, como fundamento de todas as coisas e como explicação única para este ato de fé: ser bispo na Igreja de Jesus Cristo, na verdade, o menor e o último dos bispos.