O Ministério da Saúde atualizou os números da pandemia de coronavírus no Brasil. Até as 18h desta sexta-feira (3), o país registrava 359 mortes e 9.056 casos confirmados da doença. Os dados no site de estatísticas sobre covid-19 contabilizam 1.146 novos diagnosticados e 60 óbitos em um dia.
A taxa de letalidade subiu de 3,8% para 4%, valor mais alto para a estatística até agora. A taxa, no entanto, deve baixar assim que mais testes começarem a ser feitos.
Mais uma vez o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, abordou a escassez de materiais e equipamentos que o sistema de saúde brasileiro pode enfrentar nas próximas semanas. Ele comentou que espera que grandes empresas brasileiras possam produzir respiradores, mas que só a tecnologia por si só não resolve todos os problemas.
— Atrás deste equipamento tem um cérebro. Saúde não são coisas. Não é essa mesa e este microfone — ressaltou, e voltou a pedir que as pessoas se mantenham em casa para não sobrecarregar o Sistema Único de Saúde (SUS) enquanto não há insumos suficientes:
— Você não treina uma pessoa em 24 ou 72 horas, nem em uma semana. É um quebra-cabeça muito complexo que a gente está trabalhando com uma enormidade de peças que têm de se encaixar. A gente está bem melhor que muitos países, bem pior que outros, no meio do caminho. Se a gente conseguir ganhar tempo para melhorar nossos sistemas. Tempo, para nós brasileiros, hoje, é sinônimo de vida.
Na estatística de contaminados a cada 100 mil habitantes por região, a Sudeste lidera com 6,4 e a sul tem 3,2. O Brasil apresenta, nacionalmente, 4,3. Se analisarmos apenas o Rio Grande do Sul, são 3,5 infectados a cada 100 mil pessoas.
Em relação aos óbitos, 82% das vítimas apresentavam pelo menos outra doença que caracterizava fator de risco. A maioria (85%) tinha mais de 60 anos. Entre os que não apresentavam enfermidade agravante, 30 dos 50 também tinham idade avançada.
Destaques da coletiva
Projeções de mortos
O secretário executivo, João Gabbardo, negou cenário que projeta 100 mil mortos por covid-19 no Brasil. Pela proporção deste estudo, a China deveria ter registrado 700 mil vítimas fatais, e não as 3 mil que temos notícia. O secretário foi interrompido pelo ministro Luiz Henrique Mandetta, que questionou:
— A não ser que o número da China não represente a realidade. As academias científicas do mundo inteiro estão analisando e estamos vendo. Seja lá como for, nós faremos com o máximo de transparência, e confiança nos nossos dados. Realmente, um país de 1,5 bilhão de habitantes ter apenas 3 mil mortos de uma doença que está causando isso daí, é realmente para muitas perguntas.
Uso de máscaras
O secretário retomou sua fala abordando outros aprendizados sobre a pandemia. Ele detalhou que a quantidade de infectados assintomáticos e a capacidade de disseminação do vírus impressionou tanto, que algumas recomendações tiveram de ser mudadas ao longo da contenção.
— No início não recomendávamos o uso de máscaras para a população em geral. Hoje, no transporte coletivo, por exemplo, se impõe a necessidade da máscara porque isso protege as pessoas da contaminação — comentou.