Até o momento, 66% das lavouras de soja se encontram entre as fases de floração e enchimento de grão. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado nesta quinta-feira (25), as recentes chuvas ocorridas desde o fim de semana passado chegaram em momento oportuno. Muitos produtores já estavam preocupados com a prolongada falta de chuvas mais abundantes e suas possíveis consequências. Cabe agora esperar que o regime pluviométrico se regularize, dando condições de recuperação às plantas.
Já teve início a colheita das lavouras de soja, plantadas na primeira quinzena de setembro, em Porto Lucena, no Noroeste do Estado. Em Doutor Maurício Cardoso, Novo Machado e Porto Mauá, também na mesma região, a colheita deverá ser iniciada na próxima semana nas áreas em maturação.
A colheita do milho teve pequeno avanço devido às chuvas ocorridas no último período, principalmente na metade Norte do Estado, onde elas foram mais intensas e frequentes. Com isso, o percentual alcança 18%, contra os 14% verificados na semana passada. Todavia, as lavouras em áreas mais ao Sul, que enfrentaram situações adversas de umidade quando da floração e formação dos grãos, terão dificuldade em manter esse patamar. Em casos isolados, alguns produtores, antevendo possíveis prejuízos, têm recorrido ao Proagro. Porém, segundo técnicos, o número de solicitações é considerado dentro da normalidade em situações como a atual (chuvas irregulares e alta temperatura).
Não houve alteração do panorama da cultura do arroz em relação à semana anterior. As lavouras seguem em desenvolvimento normal, com 33% em fase de floração e 7% em formação de grão. A mesma situação é verificada com respeito à água para a irrigação: arroios e cursos d’água que registravam diminuição nos volumes apresentam normalidade após as recentes chuvas.
Com exceção da região dos Campos de Cima da Serra, a colheita da primeira safra de feijão segue para o final. As lavouras do cedo já estão com colheita finalizada, cuja produtividade, em algumas áreas, foi prejudicada pelas adversidades climáticas (frio e chuvas irregulares) durante o ciclo produtivo. As demais áreas têm demonstrado ótima produtividade e qualidade dos grãos, mostrando tendência muito boa para a finalização da média estadual, corroborada pelas lavouras semeadas no tarde, que se encontram nas fases de maturação e colheita, com potencial produtivo muito bom.
Apesar do período de pouca chuva, a segunda safra do feijão apresenta desenvolvimento vegetativo normal, favorecido pela fase inicial da cultura, cuja taxa de perda de água ainda é pequena. As chuvas ocorridas no período, em todo o Estado, favorecem a germinação e o desenvolvimento vegetativo das plantas.
Diversos
As chuvas ocorridas na semana, no Alto da Serra do Botucaraí ,favoreceram as olerícolas com cultivos a céu aberto. O clima mais ameno devido à altitude também é fator que beneficia esse sistema de cultivo. No Baixo Vale do Rio Pardo, as olerícolas cultivadas sem sistema de proteção (sombrites e aluminetes) são prejudicadas pelas temperaturas extremamente elevadas desta época do ano. Nessa região o uso da irrigação é intenso.
A melancia está em plena colheita em Rio Pardo, Encruzilhada do Sul e em outros municípios com áreas de cultivo menores, que visam o abastecimento local. Em Encruzilhada do Sul, 15% a 20% das lavouras foram afetadas pela baixa precipitação no período anterior, causando queda na produção e qualidade dos frutos.
Na Serra gaúcha, a semana foi de preocupação com o constante molhamento dos tomateiros, predispondo as plantas ao surgimento/alastramento de fitopatias. Por seu turno, os cultivos protegidos foram beneficiados pela redução das temperaturas diurnas, tornando o quadro menos propício para o desenvolvimento de pragas, principalmente a mosca branca e os ácaros. As lavouras permanecem com boa sanidade e altas produtividades, com frutos de bom calibre e coloração.
Nos municípios produtores da região do Litoral Norte, em Morrinhos do Sul, Três Cachoeiras, Mampituba, Dom Pedro de Alcântara e Torres, as condições meteorológicas dos últimos períodos, com boas precipitações, deram condições de ótimo desenvolvimento aos bananais.