Conforme informativo conjuntural, divulgado na última semana, a colheita do milho segue em ritmo avançado, com 62% da área colhida e 18% das lavouras em maturação. Apesar das restrições hídricas ao longo do ciclo, a produtividade tem sido satisfatória, atribuída ao fato de que grande parte das lavouras já havia superado as fases críticas para a definição dos componentes produtivos.
As lavouras tardias também mostram sinais positivos: 5% estão em desenvolvimento vegetativo, outros 5% em floração e 10% em enchimento de grãos. As chuvas recentes, combinadas com a queda nas temperaturas, ajudaram a mitigar perdas causadas pela estiagem, permitindo a normalização do ciclo fenológico, antes acelerado pelo calor excessivo.
No caso da soja, observa-se uma grande variabilidade no potencial produtivo, influenciada pelo volume de chuvas durante o ciclo, época de semeadura, cultivares utilizadas e condições do solo, como topografia e compactação. A umidade do solo, recuperada após as chuvas, aliviou o estresse hídrico das plantas, favorecendo processos fisiológicos essenciais. Atualmente, 6% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo, 32% em floração e 55% em enchimento de grãos. Contudo, a manutenção da umidade será crucial para garantir o potencial produtivo restante.
As lavouras mais afetadas pela estiagem, especialmente no Centro-Oeste do Estado, apresentam plantas com porte reduzido, desfolha acentuada e perdas produtivas irreversíveis. Já aquelas implantadas em dezembro estão em plena floração e formação de vagens, mas com limitações na emissão de folhas e ramos, refletindo numa produtividade abaixo do esperado.
A retomada das chuvas também possibilitou a continuidade do controle fitossanitário, priorizando aplicações de fungicidas em áreas de maior potencial produtivo. A incidência de pragas, como tripes, ácaros e percevejos, está elevada em alguns pontos, mas o controle químico tem se mostrado eficiente.
Por fim, há preocupação com os resultados econômicos da safra, agravada pela baixa adesão aos seguros agrícolas. As restrições ao Proagro e os altos custos dos seguros privados expõem os produtores a riscos financeiros, principalmente nas regiões com maiores perdas.
O acompanhamento das condições climáticas e das lavouras será decisivo para a conclusão da safra.