Os agricultores da Metade Sul que estavam com a soja por colher quando teve início a tragédia climática, trabalham como podem para tentar salvar as lavouras que resistiram às chuvas. Em parte da região Central e, principalmente, no Extremo Sul, na Campanha e na Fronteira Oeste, os produtores aproveitam as janelas do clima para buscar grãos que ainda possam ser aproveitados na safra 2023/2024.
Mesmo com poucas chances de rentabilizar a produção, os sojicultores elevaram o percentual da área colhida de 85%, no dia 16 de maio, para 94% no último dia 30, conforme a Emater/RS-Ascar. Ainda, segundo a instituição, há 125 mil hectares do grão por colher na região da Campanha, o que equivale a 37% da área cultivada.
Conforme levantamento do SOS Agro RS divulgado nesta semana, o prejuízo de 550 agricultores que responderam à primeira pesquisa do movimento realizada após a tragédia, está estimado em R$ 467,68 milhões. As perdas foram dimensionadas em um universo de 33,64 mil hectares, 46% dos quais cultivados com soja por médios produtores, que não têm armazéns e não sabe o que fazer com a soja sem qualidade que sai do campo.
Com relação ao milho, a umidade e a nebulosidade dificultam a colheita. Segundo o documento, os grãos não atingem a maturação nem o teor de umidade necessários para a operação. Ainda assim, a retirada do milho atinge 93% da área semeada no Estado.