No Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar desta quinta-feira (21), é divulgada a segunda estimativa para a safra de grãos de inverno no Rio Grande do Sul. Os dados foram levantados junto às unidades operativas da Emater/RS-Ascar, conveniada à Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr). O levantamento contemplou uma amostra que cobriu 88,28% da área cultivada com canola, 96,01% com cevada, 86,86% com aveia branca grão e 94,60% para área com trigo.
“Avaliamos como uma safra expressiva. Apesar de algumas perdas pontuais por conta do clima, os agricultores gaúchos colheram uma das maiores safras de inverno da história”, celebra o diretor técnico da Emater/RS, Alencar Paulo Rugeri, ao destacar que a Assistência Técnica e Extensão Rural e Social é prestada pela Emater/RS-Ascar junto a mais de 77 mil produtores, atendendo a uma área aproximada de 82 mil hectares de cereais de inverno e canola em todas as regiões do Estado.
Na cultura do trigo, que se encaminha para o final do ciclo, 91% das áreas foram colhidas, restando apenas 9% em maturação. A atualização da estimativa de área plantada indica 757.320 hectares nesta safra no Estado. Na região de Santa Rosa, por exemplo, que representa 25% da área de trigo do Estado, a colheita foi concluída, com a maioria das lavouras apresentando boa produtividade (2.962 quilos por hectare) e qualidade do grão com PH superior a 78.
A colheita da canola foi concluída no RS, com produtividade média de 1.675 quilos por hectare. Já a cultura da cevada no RS se aproxima do encerramento de ciclo. Neste período as lavouras se encontram 90% colhidas e 10% na fase de maturação. As lavouras colhidas obtiveram rendimento de 2.400 quilos por hectare.
Também se aproxima do final de ciclo a cultura da aveia branca, com 95% das lavouras já colhidas e 5% na fase de maturação. Na regional de Santa Rosa, algumas lavouras sofreram acamamento com as chuvas e ventos, o que prejudicou a produtividade média, que chegou a 1.620 quilos por hectare.
Culturas de verão
Soja – A implantação da cultura chega a 53% da intenção de plantio para a safra gaúcha, estimada em 5.978.967 hectares. As lavouras se encontram em desenvolvimento vegetativo. Na regional da Emater/RS-Ascar de Ijuí, foram implantados 58% do total da intenção de plantio de 973.626 hectares. Em geral, a cultura segue melhorando o desenvolvimento, apresentando folhas maiores e com coloração verde intenso. Foram observados poucos registros de incidência de pragas.
Milho – Os produtores aproveitaram o tempo favorável da semana e agilizaram o plantio, que chega a 84% da intenção de plantio de 777.442 hectares para o RS. Das lavouras implantadas, 62% estão em desenvolvimento vegetativo, 20% em floração e 18% em enchimento dos grãos.
Arroz – Na semana, a cultura foi semeada em 73% da área de 944.549 hectares prevista para o Estado. Atualmente, as lavouras de arroz encontram-se em desenvolvimento vegetativo.
Feijão 1ª safra – No levantamento da Emater/RS-Ascar, a cultura apresentou 85% da área já implantada (totalizada em 35.588 hectares), e as lavouras encontram-se nas fases de desenvolvimento vegetativo (60%), floração (25%) e enchimento de grãos (15%).
Girassol – Na regional de Santa Rosa, a área de cultivo com a oleaginosa é estimada em 900 hectares, dos quais 80% estão semeados. Desta área já implantada, 20% encontram-se em desenvolvimento vegetativo, 69% em floração, 8% em enchimento de grãos e 3% em maturação. As condições de umidade no solo e de temperatura são favoráveis para o desenvolvimento da cultura, apresentando, no geral, boas condições de sanidade e aparência das plantas.
Olerícolas e frutícolas
Cebola – Na região Sul, a colheita de variedades superprecoces e precoces atingiu 12% do total cultivado. A maioria das lavouras está em bulbificação e tombamento. Produtores intensificaram os tratamentos fitossanitários para prevenção das doenças, como o míldio, que afeta algumas lavouras.
Tomate – Na regional de Caxias do Sul, iniciou a colheita das lavouras implantadas no período de inverno em ambientes protegidos. Os frutos produzidos em estufas estão com ótima aparência e boa coloração e sabor. As plantas apresentam ótima sanidade, porém um tanto estioladas, com caule alongado, fino e coloração das folhas com tonalidade de verde pouco intenso. Na região Sul, segue o transplantio de mudas. O início da colheita deverá acontecer nos próximos dias. O preço pago ao produtor na semana ficou entre R$ 40,00 e R$ 42,00/cx. de 20 quilos.
Citros – Na regional de Erechim, as bergamotas estão com excelente desenvolvimento. Em relação às laranjas, novos plantios podem chegar a 400 hectares na região, com aumento de área média de três hectares por produtor, mas podendo chegar entre oito e 15 hectares por produtor. O crescimento das frutas para a nova safra é muito bom, com boa expectativa de colheita. Desta safra, ainda resta colher em torno de 8% da produção das variedades Valência, Folha Murcha e Valência Late. O preço pago ao produtor pela indústria se manteve estável; já para consumo in natura ocorreu aumento, ficando entre R$ 0,40 e R$ 0,60/kg. A estimativa de rendimento é de 25 toneladas por hectare.
No regional de Lajeado, é período de entressafra de laranjas e bergamotas. Citricultores do Vale do Caí estão executando atividades de roçadas nas entrelinhas das plantas, podas, adubações e tratamentos fitossanitários para o controle de pragas e doenças, a fim de proteger as frutas da safra em desenvolvimento. As chuvas ocorridas em setembro coincidiram com a época da floração dos citros; e na primeira semana de novembro, coincidiram com a fase de pegamento das frutinhas das laranjeiras e bergamoteiras. Nesta fase ocorre a queda natural das frutinhas em crescimento. Entretanto, o excesso de chuvas causou queda muito superior ao que seria natural, o que poderá determinar menor produtividade para a próxima safra, especialmente nas laranjeiras, pois nas bergamoteiras o carregamento de frutas é bem superior, e provavelmente o raleio será menor nesta safra.
Pêssego – Na regional de Caxias do Sul, foi finalizada a colheita das variedades superprecoces, como Pampeano e PS 2, e iniciou a colheita, de forma bastante retardada, das variedades precoces, como a Kampai. Os frutos apresentam calibre e coloração medianos e sabor razoável. De forma geral, os pessegueiros demonstram boa sanidade e alto vigor. Na região Sul, a cultura do pêssego está em frutificação. Segue a colheita, completando 3% da safra. O amadurecimento é desuniforme. O boletim 12/2019 do sistema de alerta da mosca-das-frutas informa a necessidade de intensificar o uso de isca tóxica, composta de melaço ou proteína hidrolisada e inseticida registrado, e de realizar o controle por cobertura.
Pastagens e criações
Favorecidos pelas condições climáticas, a produção de massa verde propicia boas condições alimentares e nutricionais para as diversas espécies animais que neles pastejam. Os criadores que cultivam pastagens perenes de verão observam que elas crescem de forma intensa, dando bom suporte forrageiro em substituição às pastagens cultivadas de inverno, que já chegaram ao final de ciclo.
Já as pastagens cultivadas anuais de verão, no geral, tiveram um retardo em sua implantação. Isso ocorreu em consequência de um período mais prolongado de chuvas, que ocasionou excesso de umidade do solo, dificultando o plantio. Nas áreas em que já foram implantadas, apresentam bom desenvolvimento inicial, mas ainda sem condições de pastejo na maior parte desses locais.
Bovinocultura de corte – Nas diversas regiões do RS, o gado bovino de corte apresenta um bom estado corporal e sanitário. No manejo sanitário, está em execução neste mês a vacinação contra a febre aftosa. À medida em que a primavera avança em direção ao verão, torna-se necessária a intensificação dos cuidados para controle de verminoses e ectoparasitos, que encontram ambiente mais favorável para o seu desenvolvimento nas temperaturas mais elevadas associadas à umidade. São ainda destaques as práticas de preparo de ventres e touros para a temporada de acasalamento. Esta, inclusive, já teve início em algumas propriedades, onde há previsão de suporte com pastagens cultivadas de inverno para o período das primeiras parições.