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Erva de São João pode ter cura para casos raros de autismo, revela estudo

Quem já procurou um calmante natural para conter a depressão já deve ter ouvido falar ou até mesmo tomado o chá da erva de São João. O remédio caseiro está sendo estudado e pode ser base para o tratamento do autismo em pacientes que apresentam alteração no gene TRPC6. A partícula faz parte do DNA, moléculas responsáveis pelas características hereditárias de uma pessoa como cor dos olhos e dos cabelos, entre outras. A especialista em Genética do hospital Albert Einstein, Karina Griesi, acompanha pacientes com autismo no Centro de Estudos do Genoma Humano, da Universidade de São Paulo. A pesquisadora identificou alterações no gene TRPC6 em alguns pacientes com autismo e passou a tratá-los com a substância hiperforina, que é encontrada na erva de São João. O tratamento possibilitou que as alterações do gene fossem revertidas. O método não pode ser considerado como cura para todos os tipos de autismo porque tem efeito apenas em pacientes com alterações no TRPC6, que são raros, mas abre caminho para o desenvolvimento de um remédio extraído da erva de São João, como explica a doutora Karina Griesi.

“Uma porcentagem desses pacientes pode ter alteração em um gene e, que nesse caso, a erva de São João poderia ser benéfica. Então, a erva de São João pode ser útil para tratar alguns pacientes com autismo. O nosso objetivo agora é testar se a erva de São João, mesmo sob a forma de extrato, sem a gente extrair a hiperforina, que seria o princípio ativo, se isso poderia ter um efeito benéfico para os pacientes com autismo.”

Para identificar as falhas no gene dos pacientes com autismo, a doutora Karina Griesi teve de estudar as células-tronco dos indivíduos. Esse tipo de célula é considerado células mães porque possuem melhor capacidade de se multiplicar. A doutora Karina Griesi, ressalta que, as células-tronco retiradas da polpa do dente de leite podem ser usadas para o tratamento de várias doenças e, que é importante as pessoas começarem a guardar o material em laboratório.

“Acho que é importante sim, a gente pensar na guarda desse material porque realmente é um material que tem um potencial muito grande de aplicação terapêutica. As células da polpa do dente, elas têm um potencial enorme terapêutico para diversas doenças ou até mesmo, para possíveis lesões que o indivíduo possa ter. Então, por exemplo, se o indivíduo quebrar um osso ou se, ele tiver que fazer alguma reposição tecidual por algum acidente, enfim, essas células podem ser sim utilizadas.”

No Brasil, o laboratório R.Crio é especializado em coletar e armazenar células-tronco retiradas da polpa do dente de leite. O diretor Presidente do laboratório, doutor José Ricardo Ferreira, acredita que essa possibilidade é uma grande contribuição da ciência e para o tratamento de diversas doenças no futuro.

“Essa primeira entrega da ciência à sociedade, que é o banco de armazenamento de células, com pensamento na medicina regenerativa, ela não é direcionada, não é dirigida para pessoas portadoras ou com alguma pré-disposição. Em verdade, todos nós estamos sujeitos a uma fratura de osso. Ter a guarda da célula tronco como medida de prevenção é uma decisão que deve ser considerada, deve ser ponderada pelas famílias.”

A pesquisa que estuda o desenvolvimento de remédio a base da erva de São João para o tratamento do autismo, realizada pela doutora Karina Griesi, tem colaboração de cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos e foi publicada em revistas especializadas. Para saber mais sobre os benefícios das células-tronco extraídas do dente de leite das crianças e como se prevenir de doenças com o uso desse material no futuro, acesse na internet o endereço do laboratório R.Crio. Basta digitar www.r-crio.com.

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