A Polícia Federal deflagrou uma operação nesta quinta-feira, dia 07, para desmantelar uma organização criminosa. A PF estima que o prejuízo causado a mais de 10 mil vítimas ultrapassa R$ 250 milhões.
O líder da organização criminosa é de São Miguel do Oeste e foi preso pela PF na manhã desta quinta-feira (7) na cidade de Portão, no Rio Grande do Sul. Segundo informações da Polícia Federal, ele foi preso no estado gaúcho pois, estando ciente das investigações, fugiu e parou em Portão para pagar um dos investidores.
A prisão ocorreu após a Polícia Federal deflagrar a Operação Deadcoin para combater crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro no Sul do País. A organização criminosa afetou milhares de pessoas no Oeste Catarinense.
Nesta quinta-feira, estão sendo cumpridos pela Polícia Federal 28 mandados de busca e apreensão em diversas cidades dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Como eles agiam?
Segundo a Polícia Federal, a organização tinha um site bem chamativo, grupos de captura no WhatsApp e indicações. Além disso, grupo executivo dava entrevistas e fazia palestras para potenciais investidores. As investigações revelaram que a organização atuava oferecendo investimentos com rendimentos irrealistas sobre o capital depositado.
Inicialmente, as vítimas recebiam supostos lucros, o que servia para conquistar a confiança delas. No entanto, após realizarem depósitos maiores, não recebiam mais nenhum retorno e não conseguiam reaver o dinheiro, que era bloqueado sem justificativa.
O delegado da Polícia Federal em Dionísio Cerqueira, Bruno Yuan dos Santos, afirmou: “As vítimas recebiam um suposto lucro; assim, os criminosos ganhavam a confiança das pessoas. Eles tinham atitudes ousadas”, disse o delegado, “até mesmo a compra de imóveis de luxo no exterior”, pontua.
A Polícia Federal descobriu também que o grupo criminoso havia implementado uma complexa engenharia para a evasão de divisas para paraísos fiscais, lavagem de dinheiro e a aquisição de automóveis, entre outras práticas ilícitas. A PF estima que o prejuízo causado às mais de 10.000 vítimas ultrapassa R$ 250 milhões.
Cerca de 100 policiais federais estão envolvidos na operação, que investiga um total de 58 pessoas físicas e jurídicas. Até o momento, já foram sequestrados diversos automóveis de luxo, milhões em criptomoedas e dezenas de imóveis.
Um dos alvos principais já foi preso, mas o resultado total da operação ainda está sendo apurado. Os envolvidos responderão por crimes de estelionato, lavagem de dinheiro, crimes contra o sistema financeiro e evasão de divisas, cujas penas máximas somadas podem ultrapassar 30 anos de reclusão.
Aonde estão sendo cumpridos os mandados de busca e apreensão?
Os mandados de busca e apreensão foram distribuídos da seguinte forma:
Jaraguá do Sul – 02
Chapecó- 02
São Miguel do Oeste- 03
Joinville- 01
Caxias do Sul/RS – 13
Bento Gonçalves/RS- 02
Três Coroas/RS – 01
Portão/RS – 03
Sapiranga/RS – 01
Total: 28
Medidas Cautelares
Entre as medidas cautelares adotadas, destacam-se:
* Expedição de 02 mandados de prisão preventiva a serem cumpridos no RS.
* Acionamento da INTERPOL para investigar foragidos.
* Retenção de 02 passaportes de alvos em São Miguel do Oeste e Caxias do Sul/RS.
* Encaminhamento de 01 investigado para uso de tornozeleira eletrônica em Caxias do Sul