Ao despedir da prefeitura de Candiota no final de 2016 o técnico agrícola Luiz Carlos Folador, 48 anos, anunciou a meta de disputar a presidência da República em 2018. “Não estou fazendo isso por vaidade, por projeto pessoal. Faço porque sou movido por uma vontade maior. Me sinto preparado. Acho que a população brasileira espera o novo e já demonstrou isso nas eleições deste ano. Se não for em 2018, vamos para 2022”, enfatiza.
Sobre o presidenciável
Folador nasceu em Pinhalzinho, município localizado na região do extremo Oeste de Santa Catarina. Logo nos primeiros anos de vida a família de pequenos agricultores transferiu residência para São Valentim, cidade do Alto Uruguai onde o ex-prefeito morou até completar 16 anos de idade. Folador conta que no início da juventude decidiu trabalhar como cortador de cana e boia fria no estado do Paraná, mas logo desistiu da profissão e decidiu estudar para romper um cinturão de miséria que acompanhava a história familiar. Logo conquistou uma vaga na então Escola Federal Agrotécnica de Sertão, de onde saiu formado para prestar assistência técnica no meio rural.
Na região carbonífera conquistou os primeiros clientes e por lá fixou residência. Logo ingressou na vida pública como vereador por dois mandatos e secretário municipal. Depois conquistou cargos maiores como assessor especial do Ministério da Agricultura no governo Lula, dois mandatos de prefeito, e entre os anos de 2014 e 2016 foi eleito vice-presidente e presidente da Federação das Associações de Municípios do RS.
“Em todas estas ocasiões havia desconfiança se eu chegaria lá. E cheguei”, destaca. Por telefone, Folador confirmou que a pré-candidatura é um projeto sério e que, além de já percorrer o RS em busca de apoio, também iniciou um diálogo com as lideranças nacionais do PT, partido em que está filiado desde 1989. “Já conversei com o Lula e anunciei que pretendo disputar a presidência do Brasil. Se o Lula for o candidato, terá meu apoio, caso contrário, espero que ele me apoie neste projeto nacional. Neste momento busco apoio das bases no RS”, destacou.
Propostas
Com a experiência de ter sido prefeito, presidente da Famurs e membro efetivo da Confederação Nacional de Municípios (CNM) , Folador pretende – como presidente da República – instituir um novo pacto federativo para descentralizar a distribuição de recursos. “A base que gera os tributos está nos municípios, mas a União fica com a maior parte do dinheiro. Precisamos inverter esta pirâmide, assim como fazem a Itália e a Espanha”, disse Folador afirmando que os municípios brasileiros estão fragilizados pela dependência econômica do governo federal.
Outra meta do presidenciável é priorizar os investimentos em educação. Folador explica que o Brasil precisa de mais recursos para o setor, pois esclarece que um preso do regime carcerário custa em média R$ 2 mil aos cofres públicos, enquanto o investimento em uma vaga em escolas públicas não ultrapassa R$ 200.