Segundo a nutricionista Camila Buitoni, o glúten só é prejudicial para quem tem a doença celíaca. Uma doença auto imune que é desenvolvida em pessoas com suscetíveis geneticamente.
“Aproximadamente 1% da população tem esse distúrbio. Nessas pessoas, a ingestão de glúten causa danos à parede do intestino delgado, impedindo a absorção dos nutrientes e até mesmo da água, além de levar a efeitos colaterais como: inchaço, dores abdominais, fadiga, diarreia, dor nas articulações e até anemia”, afirma.
A nutricionista Juliana da Mata explica que a frequente utilização de avisos na rotulagem dos alimentos como “evite o glúten” para as pessoas com a intolerância criou também naquelas sem o distúrbio uma interpretação de que produtos com glúten seriam prejudiciais à saúde.
Segundo ela, a indústria de alimentos desenvolve marketing embasando-se nesse nicho de pessoas que não podem comer o glúten mesmo em alimentos que já não possuem esse composto de proteína, como batata frita, pipocas, castanhas, passando a falsa impressão de que produtos sem glúten têm maior qualidade nutritiva.
“Fiquem espertos com a propaganda de produtos ditos sem glúten. Alimentos industrializados sem o glúten, além de possuírem o valor de mercado bem mais alto, costumam conter alta densidade calórica (com maior quantidade de carboidratos e gorduras e menor quantidade de proteínas) e muito sódio”, alerta ela.