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Homem de 33 anos e idosa de 90 são os mais novos casos de cura do coronavírus na Capital

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Porto Alegre confirmou, na noite desta terça-feira (31), mais dois casos de pessoas que se recuperaram da covid-19 na Capital: um homem de 33 anos e uma idosa de 90. No boletim da pasta, são consideradas curadas as pessoas sem sintomas há pelo menos 14 dias desde o início do quadro.

Ao todo, 26 pacientes estão nessa condição em Porto Alegre. Conforme o levantamento da prefeitura, desse montante, 18 são homens — com idades entre 18 e 71 anos — e oito são mulheres — com idades entre cinco e 90 anos. Mais cedo, o titular da SMS, Pablo Stürmer, afirmou que os números mostram uma vantagem das medidas de restrição impostas na cidade.

— O aumento gradual dos casos dá tempo para que os primeiros se recuperem, evitando que todos utilizem o sistema de saúde de uma única vez — comentou.

Dos 305 casos confirmados de coronavírus no Rio Grande do Sul, 190 estão em Porto Alegre.

A reportagem procurou a Secretaria Estadual da Saúde para obter o número de pacientes considerados curados da covid-19 em todo o Estado. A pasta informou que o Centro Estadual de Vigilância em Saúde “está fazendo este acompanhamento com os hospitais, mas ainda não está pronta a plataforma que tornará este dado público”.

Especialistas adotam prudência em relação a possíveis curados
Especialistas ouvidos pela reportagem de GaúchaZH entendem que é difícil afirmar com exatidão se o paciente que venceu os sintomas da doença está realmente curado e sem a presença do vírus no corpo.

Diretora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professora da Universidade de Caxias do Sul (UCS), a infectologista Lessandra Michelin afirma que, nos casos leves da doença, o infectado que ficou assintomático e superou os 14 dias de isolamento é considerado curado clinicamente. No entanto, ela diz que é difícil atestar se ele não está mais com o vírus:

— A gente não faz o exame depois para ver se ainda tem vírus porque, com o passar dos dias, diminui a possibilidade de identificá-lo no organismo.

Lessandra destaca que, nos casos mais graves da doença, com o paciente respirando com o auxílio de aparelhos, o período para estimar a cura salta para 28 dias.

A infectologista salienta que ainda não existem estudos conclusivos sobre a possibilidade de o paciente que venceu os sintomas, mas continuou com o vírus no corpo, voltar a adoecer. No mesmo sentido, ainda não é claro se pacientes curados se tornam imunes ao novo coronavírus.

Professor de Doenças Infecciosas da UFRGS e infectologista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Luciano Goldani também entende que “teoricamente” é difícil afirmar que um paciente com covid-19 está curado, pois a vítima pode não apresentar mais os sintomas da doença, mas continuar com o vírus no organismo.

— É uma coisa complicada de atestar. A ausência de sintomas necessariamente não significa que o indivíduo esteja curado. A gente ainda não tem certeza de quanto tempo depois da resolução dos sintomas o indivíduo poderia ainda estar infectando outras pessoas — afirma.

Goldani destaca que, em um cenário ideal, o paciente que venceu os sintomas da doença teria de passar por dois testes de PCR — realizados no intervalo de 24 horas — para confirmar a cura.

Em relação às pessoas consideradas curadas clinicamente, o infectologista orienta que os cuidados para prevenir a transmissão do vírus devem ser estendidos.

— O ideal é não ficar totalmente relaxado. Tem de manter a mesma precaução, manter a guarda alta por mais tempo — pontua.

SourceGauchaZH
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