O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, informou neste domingo (21) que desistiu de concorrer à reeleição nas eleições deste ano. O anúncio foi feito nas redes sociais.
“Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente. E, embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu me afaste e me concentre exclusivamente em cumprir meus deveres como presidente pelo restante do meu mandato”, escreveu Biden, de 81 anos.
A desistência ocorreu após pressões do seu partido e de parte do eleitorado democrata. A crise na campanha de Biden começou no fim de junho, quando ele teve um mau desempenho em um debate contra o republicano Donald Trump. Na época, a capacidade cognitiva do presidente foi colocada em dúvida.
Até o momento, Biden resistia à pressão de diversas maneiras. Ele deu entrevistas, fez uma reunião com governadores democratas e negou alegações de que sofria um declínio cognitivo e físico. Biden afirmou várias vezes que não iria desistir e que venceria as eleições.
No entanto, nos últimos dias, os rumores de desistência aumentaram. O ex-presidente dos EUA Barack Obama e a ex-presidente da Câmara do país Nancy Pelosi, duas fortes vozes no Partido Democrata, demonstraram insegurança com o atual presidente.
Biden foi diagnosticado com Covid-19 na última quarta-feira (17) e teve que suspender eventos de campanha. Desde então, ele está em isolamento em sua casa em Delaware.
Após a desistência, Biden afirmou que apoia a indicação de sua vice, Kamala Harris, para a disputa à Casa Branca contra Trump. O Partido Democrata ainda não anunciou oficialmente quem será o novo candidato.
Confira, na íntegra, o comunicado de Biden:
Meus companheiros americanos,
Nos últimos três anos e meio fizemos grandes progressos como nação. Hoje, a América tem a economia mais forte do mundo. Fizemos investimentos históricos na reconstrução da nossa nação, na redução dos custos de medicamentos prescritos para os idosos e na expansão dos cuidados de saúde acessíveis a um número recorde de americanos. Fornecemos cuidados extremamente necessários a um milhão de veteranos expostos a substâncias tóxicas. Aprovamos a primeira lei de segurança de armas em 30 anos. Foi nomeada a primeira mulher afro-americana para a Suprema Corte. E aprovamos a legislação climática mais significativa da história do mundo. A América nunca esteve melhor posicionada para liderar do que estamos hoje.
Sei que nada disso poderia ter sido feito sem vocês, povo americano. Juntos, superamos uma pandemia que ocorre uma vez num século e a pior crise econômica desde a Grande Depressão. Protegemos e preservamos a nossa democracia. E revitalizamos e fortalecemos nossas alianças em todo o mundo. Falarei à nação ainda esta semana com mais detalhes sobre minha decisão. Por enquanto, deixe-me expressar minha mais profunda gratidão a todos aqueles que trabalharam tanto para me ver reeleito. Quero agradecer à vice-presidente Kamala Harris por ser uma parceira extraordinária em todo este trabalho. E deixe-me expressar o meu sincero agradecimento ao povo americano pela fé e confiança que depositou em mim.
Acredito hoje no que sempre acreditei: que não há nada que a América não possa fazer – quando fazemos isso juntos. Só temos que lembrar que somos os Estados Unidos da América.