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Lavouras de trigo apresentam bom desenvolvimento no RS

A semeadura do trigo está praticamente concluída no Estado do RS. O predomínio de tempo seco e dias ensolarados na semana permitiu avanços no plantio, além de possibilitar a recuperação no desenvolvimento das lavouras e a realização de tratos culturais. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (23), em parceria com a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), as lavouras de trigo estão em desenvolvimento vegetativo nas regionais da Emater/RS-Ascar de Pelotas, Frederico Westphalen, Passo Fundo, Erechim e Santa Rosa. Na de Pelotas, há áreas com atraso no desenvolvimento devido ao excesso de umidade e de dias nublados ocorridos na região. Em geral, as lavouras estão bem implantadas, com bom estande de plantas. Na regional de Santa Rosa, as chuvas torrenciais das semanas anteriores provocaram erosão laminar nas áreas implantadas em final de junho, principalmente naquelas em fase inicial de desenvolvimento. Além disso, a alta umidade do ar e do solo, junto com a elevação da temperatura no último fim de semana, criou as condições para o surgimento dos primeiros focos de doenças foliares, como oídio e manchas foliares, e também para o aparecimento de pulgão, exigindo vistorias para avaliar a necessidade de controle.

Ainda na região da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, a canola segue em desenvolvimento, com 39% das lavouras em desenvolvimento vegetativo, 53% já em floração e 8% em fase de enchimento de grãos. A cultura apresenta significativa carga de flores nos cachos. O bom aspecto das lavouras se deve à semeadura realizada nas condições e época corretas, ao adequado estabelecimento inicial, ao estande de plantas e também ao estado sanitário.

Na regional de Ijuí, a aveia branca segue com desenvolvimento satisfatório, apresentando plantas bem desenvolvidas e evoluindo para o estágio reprodutivo. O longo período com alta umidade e as chuvas intensas não provocaram danos significativos nas lavouras, pois o estágio mais avançado da cultura protegeu o solo dos efeitos das fortes chuvas, minimizando os impactos da erosão por escorrimento superficial. A presença de manchas foliares é pequena, mas requer monitoramento diante da elevação da temperatura e da presença de umidade.

A cultura da cevada nas regionais de Frederico Westphalen e Erechim está 100% da área implantada na fase de desenvolvimento vegetativo. Na de Frederico Westphalen, a cultura apresenta bom aspecto e bom estado fitossanitário, e a produtividade vem sendo estimada em 3.600 quilos por hectare. Na de Erechim, os produtores realizam a aplicação de adubação em cobertura. O preço médio é R$ 60,00/sc. de 60 quilos.

Culturas de verão
Soja – Os produtores seguem planejando as atividades da próxima safra. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, encaminham projetos de custeio pelo Plano Safra 2020-2021 e providenciam amostras de solo para análise laboratorial. Para muitos, as verbas dos financiamentos já estão liberadas e os produtores adquirem sementes e fertilizantes. O mercado mantém a tendência de elevação do preço do produto, influenciado pela alta nas cotações internacionais do produto, do dólar e dos prêmios para exportação. Os agricultores vêm optando pela venda antecipada de parte da produção em virtude dos bons preços ofertados e para garantir cobertura dos custos de produção. O preço médio praticado na região teve elevação em relação à semana passada, ficando em R$ 106,00/sc. Na de Bagé, produtores, agentes financeiros e técnicos vêm realizando reuniões virtuais sobre o Plano Safra. Há muito interesse de sojicultores no seguro das lavouras, buscando contemplar as áreas não financiadas. Alguns já adquiriram insumos para o próximo cultivo. Os preços pagos variam entre R$ 97,00 e R$ 109,50/sc. de 60 quilos.

Milho – O planejamento das atividades e a busca de financiamento para a safra seguinte estão se intensificando. Na região da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, os projetos de custeio das lavouras para a próxima safra vêm sendo encaminhados aos agentes financeiros e a disponibilização do crédito já é empregada para compra de insumos no comércio local. Igualmente estão em andamento o preparo do solo e a dessecação de áreas para implantação da cultura já no início de agosto. Os produtores realizam os pedidos de sementes para a próxima safra, incluindo reservas de semente do sistema troca-troca. As equipes municipais da Emater/RS-Ascar estão cadastrando os produtores e orientando sobre o Programa Estadual Pró-Milho da Seapdr, objetivando a distribuição de variedades de boa qualidade.

Olerícolas e frutícolas
Batata (safrinha) – Na regional da Emater/RS-Ascar de Passo Fundo, as lavouras de batata estão em fase final de colheita. Áreas irrigadas têm boa produção e qualidade. A produtividade está entre 12 e 25 toneladas por hectare. A comercialização segue lenta, reduzindo ainda mais o preço pago ao produtor, que foi de R$ 60,00/sc. de 50 quilos para batata branca e rosa.

Mandioca/Aipim – Em São José do Hortêncio, na regional de Lajeado, são cultivados 550 hectares de aipim; a safra se encaminha para o final, sem perdas sensíveis nas últimas semanas. A comercialização manteve-se estável, e o preço varia de R$ 25,00 a R$ 30,00/cx. com 20 quilos. Já no Baixo Vale do Rio Pardo, da regional de Soledade, segue a colheita de aipim, com produção comercial bastante significativa. Boa parte do produto já foi comercializada; no entanto, ainda há produção a ser colhida. Em função das geadas fortes e das chuvas excessivas, há perda de qualidade e produção em algumas partes das lavouras. Iniciou o preparo de áreas para cultivo a serem realizados na primeira quinzena de agosto. O preço pago ao produtor é de R$ 22,00/cx. 22 quilos.

Caqui – Na regional de Caxias do Sul, a cultura está em entressafra. Pomares já se encontram sem folhas, condição a partir da qual a planta entra em período de dormência vegetativa, impulsionada pelas condições climáticas do inverno. Produtores realizam o tratamento fitossanitário da estação, com caldas sulfocálcica ou bordalesa, para eliminação de esporos de fungos remanescentes do período produtivo e a fim de conduzir a planta com melhores condições sanitárias para a próxima safra. Como prática principal e rotineira, ganha ritmo a poda seca ou de inverno, buscando o equilíbrio no desenvolvimento do dossel vegetativo e do potencial de produção de frutos. O plantio de mudas em novos pomares também é engendrado. A fruta ofertada nesse período provém exclusivamente de armazenagem em câmaras frias, e os preços tendem a aumentar nesse período em função da menor oferta.

Pêssego – Na regional de Pelotas, a fruta destinada à indústria é cultivada em 4.962 hectares. Seguem a atividade de poda, concluída em 70% dos pomares, e as aplicações dos tratamentos da floração. Agroindústrias de pêssego em calda disponibilizam os cadernos de campo impressos para que produtores rurais fornecedores procedam os apontamentos do uso de insumos e dos serviços. Segundo dados da Embrapa Clima Temperado, estão acumuladas até a terceira semana de julho 201 horas de frio menores ou iguais a 7°C. A média histórica para maio, junho e julho é de 323 horas.

Pastagens e criações
As condições climáticas da semana foram favoráveis para o desenvolvimento das pastagens, principalmente as anuais de inverno. O tempo ensolarado de sábado e domingo (18 e 19/07) proporcionou luminosidade para uma boa fotossíntese e boas condições para o crescimento das plantas. A ocorrência de geada na semana anterior paralisou o desenvolvimento das pastagens perenes de verão, tanto do tífton como do campo nativo; já vinham com pastos de baixa qualidade e sofreram ainda mais com a ação da geada, e os produtores diminuíram a lotação animal.

A temperatura amena e a volta de dias ensolarados foram benéficas para o desenvolvimento das forrageiras anuais de inverno implantadas por sobressemeadura. As pastagens de inverno (aveia, azevém) tiveram bom estabelecimento; estão em desenvolvimento vegetativo e sendo pastejadas pelos animais. Com dias ensolarados, produtores realizaram a adubação nitrogenada em cobertura, principalmente das áreas de pastagens que tiveram erosão e lixiviação do nitrogênio pelas chuvas torrenciais das semanas anteriores. O clima úmido beneficiou a aplicação; produtores optaram por maior fracionamento e aumento do número de aplicações para evitar perdas e obter melhor retorno em produção.

Trigo para pastejo e azevém tetraploide apresentam maior crescimento e produção de massa verde. Produtores encontram dificuldade para manejar estas pastagens nos dias mais úmidos e/ou chuvosos. Com boa oferta de pasto, produtores voltaram a reduzir a quantidade de ração e silagem. Em locais de clima mais quente, iniciou a preparação de áreas para o plantio de variedades perenes de verão, como tífton 85 e jiggs.

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