As lavouras do Rio Grande do Sul ainda colhem as culturas de inverno, mas os produtores já se preparam para o plantio da soja. De acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), a área destinada para o plantio do grão deve ter aumento de 3,16% em relação a última safra.
Apesar disso, pesquisas da empresa apontam que a produção total de soja no Rio Grande do Sul deve ser 9,81% menor. Com isso, a produtividade o grão também deve cair. Se na safra passada era possível coletar 55 sacas por hectare, para safra deste ano são esperadas 48 sacas.
Na propriedade da agrônoma e agricultora Daiane Trevisan em Tupanciretã, na Região Central do estado, 350 hectares serão destinados para o plantio de soja. A área é a mesma cultivada na safra passada, mas ela está preocupada com a cotação do grão na colheita.
“A gente vê no mercado uma grande dificuldade de decisão. Os bancos já conseguiram distribuir quase todos os custeios, foi bem rápido, porém o produtor não tem a segurança pra fazer a próxima safra”, avalia Daiane.
O extensionista da Emater Gilberto Welzel acredita que a insegurança do agricultor está ligada a desvalorização no preço da saca.
“Houve um decréscimo da última safra pra essa em torno de R$20 por saca. Então isso aí acabou diminuindo bastante a rentabilidade do produtor”, explica.
Mesmo com perspectivas não tão positivas há quem se anime com a chegada da safra de verão. O agricultor Dário Castelli colheu em média 65 sacas por hectare na safra passada e aposta na experiência para repetir o feito este ano.
“Hoje temos tecnologia, temos variedade, então eu acho que vai ser tranquilo. É o que nós aprendemos, é agricultura. Vamos seguir o que nós sempre cultivamos e aprendemos a fazer”, conta.