Rio Grande do Sul lidera os índices no país. Para debater o tema tabu, foram criados o Setembro Amarelo e o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, neste sábado
Três gaúchos morrem a cada dia de uma doença invisível. Um mal silencioso e silenciado, sombreado pelo tabu. Até pouco tempo atrás, dizia-se que era tão perigoso que melhor nem falar sobre isso. As palavras poderiam matar.
Só que o silêncio tampouco ajuda. À margem das discussões públicas, os casos se alastram. Mais de 800 mil pessoas cometem suicídio por ano no mundo, o que representa uma morte a cada 40 segundos. No Brasil, são 32 mortos diariamente, taxa superior à de vítimas de aids e de alguns tipos de câncer. E o Rio Grande do Sul lidera os registros no país, com 10,4 casos a cada 100 mil habitantes – é o dobro da média nacional.
Para entender por que isso acontece, é preciso se despir das fórmulas prontas e do senso comum. Não, isso não é “coisa de louco”. Nem uma questão de “não querer se ajudar”
Assim como o Outubro Rosa se consagrou como o mês de atenção ao câncer de mama, foi criado o Setembro Amarelo para estimular a prevenção das mortes por suicídio. No país, a campanha foi iniciada em 2014 pelo Centro de Valorização da Vida, pelo Conselho Federal de Medicina e pela Associação Brasileira de Psiquiatria – e a cada ano tem crescido, difundindo o slogan Falar é a melhor solução. Por mais difícil que seja enfrentar a questão, estudiosos do assunto têm convicção de que o estigma é um dos principais obstáculos à prevenção.