22.3 C
Aratiba
quarta-feira, 19/fevereiro
Player de Áudio Responsivo
InícioReligião07. Voz da Diocese - 16.02.25

07. Voz da Diocese – 16.02.25


“É feliz quem a Deus se confia!”

Minha saudação a todos os irmãos e irmãs que acompanham a Voz da Diocese. A Liturgia da Palavra deste domingo nos convida a refletir sobre a opção de vida! Em quem nós confiamos? Por isso, somos convidados a nos questionar: Que caminho nós estamos seguindo na vida? O que nos torna realmente felizes? O que a sociedade nos apresenta como caminho para ser feliz?

Prezados irmãos e irmãs. O profeta Jeremias, na primeira leitura, nos coloca diante de duas possibilidades. Para ele, é infeliz o homem que confia no homem e seu coração se afasta de Deus. Ao mesmo tempo, ele afirma que é feliz o homem que confia no Senhor e coloca nele sua esperança. Esse é como a árvore plantada junto às águas, não teme a chegada do calor; sua folhagem mantém-se verde. Jeremias faz pensar no fundamento sobre o qual devemos construir nossa vida. Para ele, somente Deus é o fundamento sólido e insubstituível, o único Absoluto de nossa vida.

Na mesma linha se apresenta o Salmo responsorial deste domingo, o Sl 1: “Feliz é todo aquele que encontra sua alegria na lei do Senhor e a medita dia e noite sem cessar. Este se compara a uma árvore, plantada à beira do riacho! Está sempre viva! Porém, os perversos são iguais à palha seca, espalhada pelo vento”. A questão fundamental está em viver conforme a Palavra do Senhor. Somente ela traz alegria plena! Compreendemos diante disto que, “é feliz quem a Deus se confia” (cf. Sl 1).

Caríssimos! O Evangelho de hoje (Lc 6,17.20-26) já faz parte de um contexto maior. Em Lc 6,12, diz que Jesus subiu “à montanha para orar e passou a noite inteira em oração”. Em muitos momentos de sua vida e ministério encontramos Jesus em oração. Jesus foi um homem de oração e, inserido em seu contexto, foi um “orante judeu”. Sua vida é uma escola de oração para nós. Depois da noite de oração, ao amanhecer, Jesus escolheu os Doze (Lc 6,13-16) e com eles desceu do monte e parou num lugar plano, onde havia muitos discípulos e numerosa multidão (Lc 6,17). A este povo, que o procurava para ouvi-lo e acolher sua Palavra, Jesus anunciou-lhes as bem-aventuranças.

Numa narrativa diferente do evangelista Mateus, Lucas apresenta a pregação de Jesus à multidão sobre as Bem-aventuranças mencionando apenas quatro, mas acrescidas de um alerta sobre as “maldições”. Um paralelo entre os “felizes e os infelizes”. Felizes são os que vivem os valores do Reino que são a simplicidade, a humildade, a solidariedade especialmente com os mais pobres, que escutam e seguem os ensinamentos de Jesus. Infelizes são os orgulhosos, os prepotentes, os poderosos que oprimem os outros, os autossuficientes que se distanciam de Deus.

As bem-aventuranças “são felicitações”. Jesus proclama: “bem-aventurados vós, os pobres…; vós, que agora tendes fome…; vós, que agora chorais…; bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, vos expulsarem…, por causa do Filho do Homem”! E conclui, dizendo: “Alegrai-vos nesse dia e exultai, pois, será grande a vossa recompensa no céu” (Lc 6, 20-23a).

Jesus não tinha poder político nem religioso para transformar a situação injusta que vivia o povo da época. Só tinha o seu testemunho, a força e coerência de sua Palavra. As bem-aventuranças, como promessas de salvação, tinham os “pobres” como destinatários. Eles eram pessoas privadas de segurança material e social. Pobres são aqueles aos quais “falta o necessário” e Deus sempre intervém em seu favor.

Caros irmãos e irmãs. Este texto das bem-aventuranças, quando bem compreendido, torna-se um programa de vida para nós cristãos. Ele nos remete a um estilo de vida que nos faz aproximar de Deus, de nós mesmos e dos irmãos e irmãs, especialmente os mais necessitados. O seguimento a Jesus, como seus discípulos, exige de cada um de nós, comprometimento com este projeto.

Peçamos então ao Espírito Santo que nos ajude a viver com alegria e com entusiasmo nossa participação na Igreja, na vida de nossa comunidade, vivendo o seguimento a Jesus Cristo, sendo mais solidários com nossos irmãos e irmãs. Desta forma somos convidados a percorrer um caminho de maior proximidade com Deus tornando-nos sempre mais “bem-aventurados” diante Dele.

Deus abençoe a todos e bom domingo!

Dom Adimir Antonio Mazali – Bispo Diocesano de Erexim – RS

QUEM VIU ESTA NOTÍCIA, TAMBÉM LEU:
- Publicidade -

ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES

Recent Comments